Papa afirma que a «santidade não está em elevar-se» e o testemunhar é «amar sem medida»

O Papa Francisco presidiu hoje à Missa da solenidade de São Pedro e São Paulo, e apontou que a “santidade não está no elevar-se mas em humilhar-se”, numa celebração em que entregou o pálio a 31 arcebispos metropolitas.

“A santidade não está no elevar-se mas em humilhar-se: não é uma subida na classificação, mas confiar dia a dia a própria pobreza ao Senhor, que realiza grandes coisas com os humildes”, disse Francisco.

No dia de São Pedro e São Paulo, o Papa destacou os seus exemplos de testemunhas, “sem se cansarem de anunciar, viver em missão e dando a vida como mártires”, e apontou-se como “testemunhas de vida, testemunhas de perdão e testemunhas de Jesus”.

“Os Apóstolos, tendo encontrado Jesus e experimentado o seu perdão, testemunharam uma vida nova: não mais se pouparam, deram-se a si mesmos. Não se contentaram com meias medidas, mas adotaram a única medida possível para quem segue Jesus: a de um amor sem medida”, referiu.

Francisco concluiu referindo-se aos pálios anteriormente por ele abençoados no início da celebração, destacando ue o pálio recorda a ovelha que o Pastor é chamado a carregar aos ombros: “É sinal de que os Pastores não vivem para si mesmos, mas para as ovelhas; é sinal de que, para possuir a vida, é preciso perdê-la, dá-la”.

Os 31 arcebispos nomeados nos últimos 12 meses proferiram um juramento no qual cada um se comprometeu a ser “sempre fiel e obediente” ao “bem-aventurado Pedro apóstolo”, à “santa, apostólica Igreja de Roma”, ao Papa e seus “legítimos sucessores”.

Os pálios estavam desde a noite anterior junto do túmulo do apóstolo Pedro, o primeiro Papa da Igreja Católica, e foram transportados durante a celebração para junto de Francisco, que os abençoa e entrega a cada arcebispo, no final da Missa.

Esta insígnia é feita com a lã de dois cordeiros brancos benzidos pelos Papas na memória litúrgica de Santa Inês, a 21 de janeiro, e simboliza o Bom Pastor que leva nos ombros o cordeiro até dar a sua própria vida, como recordam as cruzes negras bordadas.

Em 2015, Francisco decidiu modificar a celebração de entrega dos pálios aos novos arcebispos metropolitas, deixando de impor esta insígnia no Vaticano, uma tarefa agora confiada aos núncios apostólicos (representantes diplomáticos da Santa Sé).

O pálio é envergado pelos arcebispos metropolitas nas suas dioceses e nas da sua província eclesiástica.

Este sistema administrativo veio da divisão civil do Império Romano, depois da paz de Constantino (313); em Portugal há três províncias eclesiásticas: Braga, Lisboa e Évora.

A solenidade de São Pedro e São Paulo foi acompanhada no Vaticano por uma delegação do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), recebida esta sexta-feira pelo Papa.

“Esta presença manifesta os fortes elos existentes entre as Igrejas de Roma e a de Constantinopla e o compromisso comum de caminhar rumo à plenitude de comunhão à qual ansiamos, em obediência à firme vontade de Jesus”, disse Francisco.

O Papa convidou as duas Igrejas a “renovar a caridade que gera unidade”, destacando como preocupações comuns a atual “crise ecológica” ou as “formas modernas de escravidão”.

(Com Ecclesia)

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