Papa denuncia “loucura da guerra”, evocando sofrimento do povo ucraniano

Francisco convida a rezar pela paz e a rejeitar caminho das armas

O Papa reforçou hoje o seu apelo ao fim da guerra na Ucrânia, iniciada a 24 de fevereiro, pedindo que os responsáveis pelo conflito abandonem as armas.

“À Vigem Santa, apresento em particular os sofrimentos e as lágrimas do povo ucraniano. Diante da loucura da guerra, por favor, continuemos a rezar todos os dias o Rosário pela paz”, pediu, após a recitação da oração pascal do ‘Regina Coeli’, desde a janela do apartamento pontifício.

Francisco falava aos milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, associando-se à peregrinação pela paz dos católicos italianos ao Santuário de Pompeia.

“Espiritualmente ajoelhado diante de Nossa Senhora, confio-lhe o ardente desejo de paz de tantas populações, que em várias partes do mundo, sofrem com a catástrofe sem sentido da guerra”, disse.

Rezemos pelos responsáveis das nações, para que não percam a intuição do povo, que quer a paz e sabe bem que as armas nunca a trazem”

O Papa deixou saudou um grupo de refugiados ucranianos e as famílias que os recebem, na Itália.

A intervenção evocou ainda as vítimas da explosão no Hotel Saratoga, em Havana, que provocou 26 mortes.

“Que Cristo ressuscitado os guie para a casa do Pai e conforte os seus familiares”, disse Francisco.

Após a explosão desta sexta-feira, há ainda 19 pessoas desaparecidas, entre elas 13 trabalhadores do hotel.

O Governo cubano disse que a tragédia terá sido motivada por uma fuga de gás.

Para assinalar o Domingo do Bom Pastor, Francisco apelou à redescoberta do diálogo e da escuta, permitindo que o outro possa falar “até ao fim”.

“Não há escuta, este é um dos males do nosso tempo”, disse, desde a janela do apartamento pontifício, antes da recitação da oração pascal do ‘Regina Coeli’.

Francisco num tempo em que as pessoas estão “sobrecarregadas pelas palavras e pela pressa de sempre ter que dizer e fazer alguma coisa”.

Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, o Papa convidou a escutar até ao fim, a deixar que “o outro se exprima, na família, na escola, no trabalho, até mesmo na Igreja”.

“Para o Senhor é necessário, antes de tudo, escutar. Ele é a Palavra do Pai e o cristão é filho da escuta, chamado a viver com a Palavra de Deus ao alcance da mão”, acrescentou.

Perguntemo-nos se somos filhos da escuta, se encontramos tempo para a Palavra de Deus, se damos espaço e atenção aos irmãos e irmãs, se sabemos ouvir, que o outro se exprima até ao fim, sem o interromper”.

Numa reflexão sobre três verbos – “Escutar, conhecer e seguir” -, Francisco destacou a proximidade de Deus, o “Bom Pastor” que “conhece as suas ovelhas”.

“Isto não significa apenas que ele sabe muitas coisas sobre nós, que sabe: conhecer no sentido bíblico significa amar”, precisou.

A descoberta desse amor, prosseguiu o Papa, faz com que a relação com Deus deixe de ser “impessoal, fria ou de aparência”.

“Deixo-me conhecer pelo Senhor? Abro-lhe espaço na minha vida, trago-lhe o que vivo? E, depois de tantas vezes em que experimentei a sua proximidade, a sua compaixão, a sua ternura, que ideia tenho do Senhor? O Senhor está perto, o Senhor é um bom pastor”, afirmou.

(Com Ecclesia)

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