Papa reza por refugiados e pela paz no Médio Oriente

Francisco realizou a tradicional benção “Urbi et Orbi”

Na tradicional bênção urbi et orbe, o Papa Francisco abordou esta manhã, na Praça de São Pedro, os principais temas da atualidade centrando as atenções no drama dos refugiados e na paz no Médio Oriente.

Da epidemia do vírus ébola na África Ocidental à crise na Ucrânia, Jorge Bergoglio comentou muitos dos problemas que preocupam o mundo nos dias de hoje, porém, como já vem fazendo há algum tempo, deu especial destaque às guerras no Iraque e na Síria.

“Jesus é a salvação para todas as pessoas e todos os povos. A ele, salvador do mundo, peço hoje que olhe os nossos irmãos e irmãs do Iraque e da Síria, que há tempos sofrem os efeitos dos conflitos em curso e, junto com outros grupos étnicos e religiosos, enfrentam uma brutal perseguição”, declarou Francisco.

Os problemas nestes dois países têm sido presença frequente nos discursos do Papa, que na véspera de Natal já tinha conversado com refugiados cristãos que vivem no campo iraquiano de Ankawa, comparando-os  a Jesus Cristo.  Além disso, pediu uma ação mais “firme e coordenada” da comunidade internacional para combater o avanço do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), embora tenha sempre mantido aberta a porta do diálogo.

“Que o Natal lhes leve a esperança, como aos numerosos desabrigados, deslocados e refugiados – crianças, adultos e idosos – do mundo inteiro e transforme a indiferença em proximidade, a recusa em acolhimento, para que os que ainda enfrentam essa prova possam receber as ajudas humanitárias necessárias, retornar aos seus países e viver com dignidade”, acrescentou.

O continente africano, assolado por guerras, epidemias e extremismos, também mereceu um destaque na benção “Urbi et Orbi”. Durante a sua mensagem, o Papa pediu o fim dos conflitos na Nigéria – onde os radicais do Boko Haram ganham cada vez mais força -, na Líbia, no Sudão do Sul, na República Centro-Africana e na República Democrática do Congo.

“Peço aos que têm responsabilidade política que se empenhem para superar as diferenças e construir uma duradoura convivência fraterna”, disse.

Além disso, o Pontífice rezou por todos aqueles que sofrem com doenças, especialmente os afetados pelo vírus ebola na Libéria, em Serra Leoa e na Guiné. No entanto, apesar de abordar uma ampla lista de temas, Bergoglio não mencionou a reaproximação entre Cuba e Estados Unidos, acordo que o Vaticano ajudou a alcançar.

Recordo que ontem à noite, antes da missa do galo, Francisco telefonou para um campo de refugiados no Iraque e já no início desta semana, numa carta dirigida aos cristãos do Médio Oriente, o Papa tinha apelado às comunidades cristãs que permanecessem na região e ajudassem os muçulmanos a apresentar uma “imagem mais autêntica do Islão”, como uma religião de paz.

Já na homilia que celebrou para cerca de 5000 pessoas reunidas na Basílica de São Pedro, no Vaticano, na noite de Natal, o Papa apelou a um mundo com mais ternura e carinho.

“Senhor, dá-me a graça de ternura na mais dura vida, dá-me a graça de proximidade para atender todas as necessidades, a doçura em qualquer conflito “, afirmou.

“Temos a coragem de aceitar com ternura as situações difíceis e problemas dos que nos rodeiam, ou preferimos soluções impessoais, talvez eficientes, mas sem o calor do Evangelho? Quanta necessidade de ternura tem hoje o mundo!”, disse Francisco.

Na mensagem natalícia o Papa exaltou ainda as “pessoas simples” por oposição aos “arrogantes, orgulhosos, aqueles que estabelecem as leis de acordo com seus próprios critérios pessoais”.

CR/ANSA7Lusa

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