Pastoral das Pessoas com deficiência junta a sua voz à do Papa Francisco: marginalização, preconceitos e guerra não facilitam a integração

Foto Vatican News

Dia da pessoa com deficiência é celebrado no próximo domingo, o primeiro do Advento

Pastoral das Pessoas com deficiência junta a sua voz à do Papa Francisco: marginalização, preconceitos e guerra não facilitam, integração

Cada pessoa deve aceitar-se e ser aceite tal como é, afirma uma mensagem do Serviço da Pastoral das pessoas com deficiência da Conferência Episcopal Portuguesa, numa nota enviada ao Igreja Açores, por ocasião do Dia Mundial da pessoa com deficiência que se celebra no domingo, o primeiro do Advento.

“Queremos manifestar a necessidade de cada um de nós se aceitar a si e ao outro na sua verdade, para poder, a partir do que é e não do que gostaria de ser, poder percorrer o seu caminho de felicidade, com Cristo”, refere a mensagem enviada ao Sítio Igreja Açores.

Nesse texto, os responsáveis da Conferência Episcopal reconhecem que o atual contexto de guerra ainda acentua mais as dificuldades de integração.

“ Neste momento de grande sofrimento, desentendimento e guerra no mundo, as pessoas com deficiência que precisam de maior atenção e cuidado, são frequentemente esquecidas em situações das quais não se conseguem defender ou afastar” refere a nota da mensagem.

“Não estás só! “ refere ainda a nota, aos que mais sofrem.

O Papa denunciou a marginalização e preconceitos contra pessoas com deficiência, num vídeo divulgado hoje pelo Vaticano.

“Entre os mais frágeis no meio de nós, estão as pessoas com deficiência. Muitas delas sofrem rejeição, baseada na ignorância ou baseada nos preconceitos, que as transformam em marginalizadas”, refere, na mensagem com que divulga a sua intenção de oração para o mês de dezembro.

Esta é uma iniciativa confiada à Rede Mundial de Oração pelo Papa, dinamizada pela Companhia de Jesus (Jesuítas), através das plataformas digitais.

Francisco apela a uma mudança de mentalidades para valorizar os “contributos e talentos das pessoas com capacidades diferentes, tanto na sociedade como dentro da vida eclesial”.

“Criar uma paróquia plenamente acessível não significa somente eliminar as barreiras físicas, mas assumir também que temos de deixar de falar de ‘eles’ e passar a falar de ‘nós’”, sustenta.

O Papa entende que as instituições civis têm de apoiar projetos de acessibilidade “à educação, ao emprego e aos espaços”, onde as pessoas com deficiência “possam exprimir a sua criatividade”.

“Há necessidade de programas e iniciativas que favoreçam a inclusão. Sobretudo há necessidade de grandes corações que queiram acompanhar”, acrescenta.

“Rezemos para que as pessoas com deficiência estejam no centro de atenção da sociedade e as instituições promovam programas de inclusão, que valorizem a sua participação ativa”.

O Dia Internacional das Pessoas com Deficiência celebra-se anualmente a 3 de dezembro, evocando a convenção da ONU a este respeito.

As imagens que acompanham ‘O Vídeo do Papa’ mostram “histórias diferentes, unidas pela capacidade de valorizar o talento das pessoas com deficiência”.

“Desde os atletas paraolímpicos que desafiam com êxito os seus próprios limites nas diversas competições internacionais, aos amigos da Comunidade Santo Egídio, em Roma, que pintam obras de arte ou servem as mesas de uma pizzaria; desde o jesuíta com deficiência visual, teólogo na Austrália, à freira com Síndrome de Down comprometida em Lourdes, que participaram na Assembleia Geral do Sínodo e estão comprometidos com a campanha ‘#IamChurch’ do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida”, indica uma nota da Rede Mundial de Oração do Papa, citada pela Agência Ecclesia.

O cardeal Michael Czerny, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, da Santa Sé, destaca que “o convite do Papa para acolher as pessoas com deficiência na vida da Igreja e da sociedade é uma grande ajuda para reconhecer o mistério que é cada pessoa”.

“Num mundo onde a produtividade parece ser mais importante que o ser humano e a beleza se circunscreve a padrões comerciais, a comunidade cristã que reza ganha um olhar mais profundo e livre. A Igreja não nega a participação a ninguém, a Palavra e os Sacramentos, mas partilha com cada pessoa o caminho adequado”, observa.

O Serviço Pastoral de  Pessoas com Deficiência é coordenado, há um ano, por Carmo Diniz, nomeada pela Conferência Episcopal Portuguesa, que criou em 2003 este organismo para motivar as dioceses e as paróquias a “encontrar um lugar na Igreja para as pessoas com deficiência”.

No dia 3 de dezembro de cada ano assinala-se o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência.

 

 

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