Religiosos dos Açores preparam grande celebração jubilar com jornada de oração, reflexão e partilha em Angra do Heroísmo

Iniciativa decorre no dia 19 de outubro: “Vai ser uma festa de esperança”

Foto: Igreja Açores/RH

A cidade de Angra acolherá no próximo domingo, dia 19, a celebração do Jubileu dos Religiosos, reunindo oito congregações e Institutos de vida consagrada das ilhas de São Miguel, Terceira, São Jorge e Pico, o que acontecerá pela primeira vez. O encontro jubilar , que terá dois momentos- a peregrinação propriamente dita com passagem pela porta da Igreja Jubilar e participação na eucaristia na Sé e depois à tarde com uma sessão solene , mais reflexiva sobre a missão dos consagrados nos Açores- promete ser um momento de fé, alegria e comunhão, como partilhou o Irmão Augusto Vieira, dos Irmãos de São João de Deus.

“O programa foi cuidadosamente preparado pelo Secretariado da CIRP da Ilha Terceira. Vai ser um dia intenso. Começaremos às 10h00 com a oração de laudes na Igreja de São Gonçalo, um convento histórico. Depois caminharemos para a Sé de Angra, onde passaremos a Porta da igreja Jubilar minutos antes das 11h00, para a Eucaristia presidida pelo Sr. Bispo D. Armando Esteves”, referiu.

Durante a missa haverá referências ao jubileu e a apresentação das oito congregações religiosas presentes nos Açores. A celebração será seguida de uma fotografia de grupo à porta da Sé e de um almoço convívio num restaurante da cidade.

À tarde, pelas 15h00, está agendada uma sessão solene na Casa de Saúde das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras, a congregação que possui mais religiosas nos Açores com casas na Terceira (2), no Pico e em São Miguel, com conferências do padre Francisco Sales e do cónego João Maria Mendes, onde cada congregação poderá apresentar brevemente a sua missão e o seu trabalho atual no arquipélago.

“Até porque estamos a celebrar o Dia Mundial das Missões, e quisemos associar o Jubileu a este espírito missionário”, acrescentou o Irmão Augusto Vieira.

O religioso sublinhou ainda que este encontro representa um momento inédito de comunhão entre as várias ilhas: “Parece que é a primeira vez que religiosos de diferentes ilhas têm um dia conjunto de celebração. Esperamos que este jubileu seja o primeiro de muitos encontros deste tipo.”

Quanto à reflexão sobre o papel das congregações hoje, o Irmão Augusto Vieira reconhece que “cada comunidade tem procurado viver este ano imprimindo à sua missão o tema da esperança”, e acredita que desta celebração “resultarão novas conclusões e talvez a vontade de mais trabalho conjunto entre as ilhas”.

Já a Irmã Virgínia Dantas, das Reparadoras Missionárias da Santa Face, e membro da direção da CIRP em São Miguel, partilhou o entusiasmo e a dimensão espiritual do momento: “Vai ser uma grande festa. Vamos rezar laudes, fazer a peregrinação até à Sé, entrar pela Porta Santa e celebrar a missa com muita alegria. Depois, teremos um almoço e uma tarde de reflexão cultural — vai ser uma alegria.”

Recordando as celebrações já vividas este ano, a irmã destacou o jubileu em São Miguel, vivido no dia 2 de fevereiro, Dia do Consagrado, a peregrinação a Roma e o impacto que o Ano Santo tem tido nas comunidades, inclusive junto dos reclusos, com quem trabalha como voluntária no Estabelecimento prisional de Ponta Delgada: “A esperança é necessária hoje mais do que nunca. Este Jubileu tocou todos nós — e até chegou às prisões, onde vimos um entusiasmo incrível. Um recluso até pintou um quadro para enviar ao Santo Padre.”

Para a religiosa, o Jubileu é um convite à alegria e à fidelidade: “A esperança é a última que se perde. Este ano tem um sabor diferente, de maturidade e de gratidão. Estarmos as cinco juntas,  todas as que professamos na mesma altura na nossa congregação, como começámos há 25 anos, é uma bênção.”

Para a religiosa da Santa Face o Jubileu é, sobretudo, um tempo de esperança renovada, em sintonia com o apelo do Papa Francisco.

“O mundo precisa de esperança. O Papa não convocou este Jubileu por acaso. A esperança é necessária na vida, na família e no mundo. Precisamos de viver a fé com alegria, não com cara de Sexta-feira Santa”, disse.

“Se outras instituições andam para a frente e são, como dizer, influencers que conseguem influenciar a sociedade, a Igreja também devia ser. E tem alguns sacerdotes que são, que também arrastam multidões. Mas o Espírito Santo é a que dá a vida e o Espírito Santo é que toma conta da Igreja e dos cristãos e da nossa vida cristã”, refere.

O Jubileu dos Religiosos é aberto à participação de todos.

Religiosos dos Açores assinalam Jubileu com jornada de oração, reflexão e partilha em Angra do Heroísmo

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