Sacerdotes ordenados em 2000 querem ser “homens prudentes fundados na Palavra”

O maior grupo de padres diocesanos ordenados de uma só vez pelo Bispo de Angra assinalou 15 anos de sacerdócio

Nove dos dez sacerdotes ordenados no ano 2000 e que completam 15 anos de presbitério esta quinta feira, celebraram hoje em conjunto, a passagem deste aniversário, numa eucaristia na Matriz de Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel.

A concelebração foi presidida pelo Pe Paulo Areias que serve na Alemanha e nela participaram além dos outros oito sacerdotes ordenados há 15 anos, os padres da ouvidoria da Vila Franca do Campo- Pe António Cassiano e Pe Oniel Ramires-, Frei Mário Jorge, Cónego José Medeiros Constância (Ponta Delgada) e Pe José da Encarnação Cabral (Ponta Delgada), bem como dois seminaristas- Jorge Pinheiro  e Nuno Pacheco de Sousa, tal como inumeros leigos de diversos movimentos assistidos pelos padres do `grupo dos 10´.

Este grupo, é composto por três irmãos – os Padres Adriano, José e Paulo Borges- e constituiu o grupo maior ordenado de uma só vez pelo Bispo de Angra, que na altura completava quatro anos à frente da diocese. Um deles pediu dispensa do ministério.

Durante a homilia, o Pe Marco Martinho, atual ouvidor eclesiástico do Pico e Pároco na Madalena, referiu a importância dos sacerdotes serem “uma rocha, fundada na Palavra e na Eucaristia”.

“Não foi porque nos impuseram as mãos sobre a cabeça nem por termos sido ordenados que seremos os homens prudentes”; é preciso , disse o sacerdote que “fundemos a nossa vida na Palavra e na Eucaristia e então seremos prudentes e conseguiremos apascentar o rebanho”.

Por isso, “o que vos pedimos é que através da vossa oração nos ajudem a sermos prudentes e a enfrentar as tempestades”.

No final da Eucaristia, o Pe Adriano Borges dirigiu-se à assembleia para agradecer a todos quantos se cruzaram com estes sacerdotes, seja no processo formativo, seja nas comunidades que serviram e , depois de deixar uma palavra “especial” para o Bispo de Angra, “que nos aceitou como homens com limitações, defeitos e virtudes”, sublinhou ser “uma honra pertencer ao clero dos Açores e uma alegria enorme pertencer especialmente a este grupo”.

Esta cerimónia coincidiu também com a inauguração da Casa Sacerdotal da Matriz de Vila Franca do Campo, igreja onde paroqueia um dos irmãos Borges, o Pe José Borges que, como anfitrião, escreveu aos colegas uma carta a desafiá-los a “viverem juntos este momento de graça”.

Na missiva, o Pe Jose Borges lembra que “os sacerdotes do ano dois mil são padres novos, porque estão no vigor da vida, mas chamados à maturidade que a meia-idade lhes dita e ao mesmo tempo vivem na adolescência (15 anos) da vocação sacerdotal. De facto estão no seu melhor”.

Classificando estes 15 anos como “um misto de aventura e corresponsabilidade”- título da carta, o sacerdote justifica a iniciativa  que “acontece para dizer que o tempo não é fugaz e há coisas, pessoas e acontecimentos que são eternos”.

“É tão belo ver que o Senhor Jesus a uns fez poetas, a outros músicos, a outros amigos do saber, a outros amantes da Palavra, e a todos fez buscadores do bem, da verdade e da esperança, na senda da construção do seu Reino”, refere o Pe José Borges.

Sublinhando a amizade e fraternidade que os une, refere que “ não foi por acaso que a vida nos fez encontrar e Jesus ser o elo da nossa amizade fraterna” e por isso expressa um desejo:”Que esta festa seja um encontro cheio de luz e de paz”.

Deste grupo fazem parte os padres :Adriano Manuel Torres Borges, natural da Ribeirinha da ilha de S. Miguel, ecónomo da diocese e vigário paroquial do Curato de São Carlos em Angra do Heroísmo; Teodoro Manuel Sousa Medeiros, natural dos Arrifes, professor no Seminário Episcopal de Angra e pároco da Feteira e Fonte do Bastardo, na ilha Terceira; José Alfredo Torres Borges, natural da Ribeirinha da ilha de S. Miguel e atualmente trabalha em Vila Franca do Campo; Marco Paulo de Bettencourt Gomes, natural da ilha de Santa Maria e atualmente pároco da Fajã de Cima; Marco Paulo de Matos Martinho, natural da ilha do Faial  e responsável pela paróquia de Santa Maria Madalena na ilha do Pico onde é também ouvidor eclesiástico; Norberto José Toste Brum, natural de Vila Franca do Campo ; pároco em Santa Clara, Ponta Delgada e diretor diocesano da pastoral juvenil; Paulo Jorge Monteiro da Cunha Areias, natural de Vila Real – Continente – e atualmente trabalha na Alemanha, com as Comunidades Emigrantes; Paulo Jorge Torres Borges, natural da Ribeirinha da ilha de S. Miguel e atualmente pároco na Fajã de Baixo, dirigindo o Serrviço Diocesano da Pastoral da saúde e Roberto Jorge Borges Cabral natural da Fazenda do Nordeste e pároco da  Conceição da Ribeira Grande.

No final da celebração foi servido um vinho lajido, já no adro da igreja, a todos os presentes.

Recorde-se que no domingo passado foram assinaladas os 65 anos de sacerdócio dos Padres Gil Mendonça e Caetano Tomaz; as bodas de ouros sacerdotais dos Padres José Escobar, João Serpa; José Carlos Simplicio e Aurélio Noia e as bodas de prata do Pe Vitor Arruda e do Pe Luciano Oliveira.

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