Santa Sé analisa Vaticano II à luz das experiências dos padres conciliares

Com um congresso internacional em Roma

O Comité Pontifício de Ciências Históricas, da Santa Sé, vai organizar entre 9 e 11 de dezembro um congresso internacional sobre o Concilio Vaticano II e os seus protagonistas.

Segundo um comunicado publicado hoje pelo serviço informativo da Santa Sé, a ideia é refletir sobre o trabalho dos “padres conciliares” e dos que “desempenharam um papel relevante na formulação das suas convicções, tanto ao nível das conferências episcopais como da comunidade de pensamento”.

“Como viveram os padres conciliares o Concílio? Que experiência pessoal é que tiveram? Em que medida essa experiência condicionou a sua forma de entender a Igreja Católica, a sua missão de bispos? Pode-se falar de uma simples evolução ou de uma verdadeira conversão”, serão algumas das questões em debate.

A organização realça que “os apontamentos pessoais dos padres conciliares”, já analisados num anterior congresso, “permitem perceber a linha de pensamento que seguiram até chegarem às diretrizes que deram origem aos 16 documentos que saíram do Concílio Vaticano II”.

Intitulado “O Concílio Vaticano II e seus protagonistas à luz dos arquivos”, o evento pretende demonstrar que a grande assembleia realizada entre 1962 e 1965 “não foi apenas marcada pela diversidade mas também pela divergência de opiniões”.

“A unanimidade fortemente defendida pelo Papa Paulo VI, no que toca à aprovação dos documentos conciliares, deixou na sombra as opiniões de uma minoria muito bem organizada”, pode ler-se.

Com este congresso, pretendeu-se também dar voz “a alguns dos protagonistas dessas correntes” e perceber como o equilíbrio de opiniões foi mudando desde o início e o fim do Concílio.

“Para explicar esta mudança, sem cairmos numa trama ou hipótese de complot”, explica Philippe Cheneaux, membro do Comité, “é fundamental recorrer à experiência conciliar”.

Aquele responsável lembra as palavras do Papa João Paulo II, segundo as quais o Vaticano II “teve um significado único e irrepetível”.

“Para muitos bispos, mais do que uma experiência extraordinária de comunhão, o Concílio foi também uma escola de atualização teológica”, frisa Philippe Cheneaux.

O congresso internacional vai também ficar marcado por uma invocação dos 50 anos da conclusão do Concílio Vaticano II.

Ocasião que sentará à mesma mesa o padre Bernard Ardura, presidente do Comité Pontifício de Ciências Históricas, padre Bernard Ardura; o cardeal Georges Cottier, teólogo emérito da Casa Pontifícia e vários representantes de Igrejas cristãs.

No final será também lida uma mensagem do rabino chefe de Roma, Riccardo Di Segni.

 

CR/Ecclesia

 

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