Sé de Angra avança com inventariação do património móvel e integrado

Até Março foram abertas 647 fichas de peças com valor histórico e artístico desde o século XV até aos nossos dias

A Sé Catedral de Angra do Heroísmo, “Igreja Mãe dos Açores”, está a proceder à Inventariação do património móvel e integrado, com o objetivo de identificar, preservar e valorizar os bens móveis integrados no seu espólio.

De acordo com uma nota enviada ao Sítio Igreja Açores pelo moderador Cónego Hélder Fonseca Mendes, numa primeira fase,  foram localizados, identificados, limpos e restaurados todos os bens patrimoniais móveis, um processo iniciado no ano 2000.

Posteriormente,  procedeu-se à marcação de número de inventário e registo fotográfico de todas as peças e, neste momento, estão a ser feitas as fichas de inventário obedecendo às normas definidas pela Comissão Diocesana dos Bens Culturais para inventariação do património móvel, com a supervisão direta do Pároco da Sé.

“Até março de 2015, foram preenchidas 647 fichas relativas a peças inventariadas, sendo algumas de relevante valor artístico e histórico, entre os Séculos XV e XXI”, adianta a nota.

Embora o séc. XVII seja o mais representado, são de salientar as imagens feitas pela oficina dos “Mestres da Sé”, durante o período da ocupação espanhola na ilha Terceira (Sécs. XVI/XVII), sendo exemplares da influência castelhana e oriental na arte sacra.

Há também esculturas dos Sécs. XV/XVI de influência flamenga, assim como telas maneiristas de grande valor artístico que integram este espólio.

De salientar, por exemplo,  a peça de revestimento de órgão e cadeira oferecidos pela rainha D. Maria I à Sé de Angra, livros de cantochão antigos, alfaias e objetos religiosos pertencentes à Confraria do Santíssimo Sacramento integrados no espólio da Sé Catedral, como o frontal de prata do Santíssimo Sacramento, peça valiosa pelo seu contexto histórico e artístico, salva da confiscação governamental da prata em 1829, graças à dita Confraria que pagou o valor em dinheiro.

“A Sé de Angra apesar dos obstáculos, mantém-se íntegra, e apresenta um espólio de grande valor histórico que está ao serviço do culto a Deus e da cultura do nosso tempo, onde se salienta a recente Via Sacra da autoria de 14 artistas açorianos (2014)”, conclui a nota.

Recorde-se que ainda esta semana a Comissão Diocesana dos Bens Culturais da Igreja, presidida por João Paulo Constância, anunciou que se encontra a operacionalizar os procedimentos para iniciar o inventário dos bens móveis e integrados da Diocese, com a aquisição de material informático e de um programa In Arte.

Paralelamente, está a ser preparado o manual de procedimentos de inventário e preparação das ferramentas para o controlo de terminologias e a incorporação na aplicação In Arte dos inventários já existentes na Diocese.

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