Serviço da Pastoral Social desafia açorianos neste Natal a não se contentarem com a prática de esmola e a retomarem relações suspensas pela pandemia

Mensagem Natal revela preocupação com aumento dos casos de pobreza e o seu alastramento a outros estratos sociais

O Serviço Diocesano da Pastoral Social está preocupado com o agravamento da situação da pobreza nos Açores, e do possível alastramento a outros estratos sociais, e desafia os açorianos a, neste Natal, alterarem a filosofia da ajuda aos mais carenciados.

A prática da tradicional esmola” não “pode satisfazer a sociedade em geral e os cristãos em particular” lê-se na mensagem de Natal do Serviço Diocesano da Pastoral Social enviada este domingo ao Sítio Igreja Açores.

A equipa liderada por Piedade Lalanda pede aos açorianos que aproveitem o Natal para retomarem novas relações de vizinhança e hábitos que a pandemia suspendeu.

“O Serviço Diocesano para a Pastoral Social está consciente do aumento da pobreza que tende a alastrar-se a outros estratos sociais” lê-se na mensagem que sublinha a partir do evangelho a necessidade de dar cumprimento efetivo ao espírito de Natal e a essa ideia de um Deus de Amor, que veio ao mundo para salvar todas as criaturas independentemente da sua condição.

“Mais do que desejar Boas Festas e Feliz Natal – saudações que, felizmente, se mantém nas comunidades rurais -, ou distribuir géneros alimentícios que saciam os famintos mas, rapidamente se consomem, importa aproveitar o Natal para promover relações de boa vizinhança, estender a mão a quem mais precisa, visitar idosos e acamados que padecem um isolamento indesejável e incentivar convívios e atividades que promovam a inclusão” refere a mensagem da equipa da pastoral social liderada por Piedade Lalanda.

Na mensagem dirigida a todos os cristãos açorianos é reconhecida a dificuldade do tempo atual, marcado por “lutas cruéis e guerras intermináveis, atropelos aos direitos humanos, injustiças e desigualdades que não promovem a fraternidade, a solidariedade e a paz” mas “sofrimento, angústia e abandono”.

Por isso, diz a mensagem, é preciso “saber ler e escutar os problemas dos mais carenciados”, retomando “hábitos antigos”.

“O Bom Dia, o Haja Saúde, o aperto de mão, o abraço, o beijo, são saudações e cumprimentos que expressam a proximidade e contrariam o individualismo, comum numa sociedade massificada” sublinha a mensagem.

“A celebração deste Natal de 2022 interpela-nos, sobretudo nestes tempos difíceis, a refletirmos sobre o significado do nascimento de Jesus, enviado do Pai, para Salvação da humanidade” lê-se na mensagem.

“A vinda do Salvador, do Príncipe da Paz, constitui um forte apelo ao encontro fraterno e desinteressado, à ajuda-mútua, à partilha dos bens, à necessidade de escutar e de compreender” escreve o Serviço da Pastoral Social.

“É no encontro e no diálogo que se reconhece as diferenças e se expressam as capacidades de cada um; é no encontro que partilhamos ideias, valores e soluções; é no encontro que fortalecemos a amizade e construímos a nova civilização do Amor”, conclui, destacando ainda que todos os dramas humanos “devem ser resolvidos e ultrapassados através da prática da justiça, de políticas sociais que promovam os direitos humanos, e também da ajuda-mútua, da partilha e da Caridade, reconhecendo que todos são filhos de Deus e que Jesus veio ao mundo para todos salvar”.

 

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