Solenidade de Nossa Senhora do Carmo “é sinal de um povo que tem saudades de Deus”

Festa na Horta coincide com encerramento da IIIª peregrinação diocesana de acólitos

A festa de Nossa Senhora do Carmo “é um sinal” de um povo que tem saudade de Deus e de “um Deus que quer” o seu povo à sua volta, disse esta quinta feira o Pe Marco Sérgio Tavares, ouvidor adjunto de Ponta Delgada, que presidiu a esta solenidade que a Igreja católica assinala, na Horta, ilha do Faial.

Numa eucaristia em que participaram os mais de cem acólitos que desde ontem estão na cidade faialense, integrando a IIIª peregrinação diocesana, o sacerdote começou a sua homilia por uma referência ao poema “Senhora da Noite”, de  Teixeira de Pascoaes – “Todo o meu coração está cheio de abraços que se procuram, de beijos que se encontram…”- para fazer uma analogia com a simbologia desta festa e do Cristianismo em geral que “é uma procura e um encontro; é peregrinação e acampamento; é desassossego e descanso; é tanta noite que quer ser dia e é festa mas é também saudade”.

Sublinhando a relação desta devoção à Senhora do Carmo com a temática da Montanha, “como lugar de epifania e de saudade”, o Pe Marco Sérgio Tavares destacou a importância do encontro e da inevitável saudade que ele gera. Por isso, refere, quando há um verdadeiro encontro “é natural” que o povo queira estar com Deus e Deus com o seu povo.

“ As festas são sempre um tempo e um espaço de matar saudades. É um querer prolongar, um não querer que acabe, um constante renovar”, disse.

Depois referiu a “coincidência “ entre esta festa e a peregrinação dos acólitos, que termina esta quinta feira,  destacando a sua importância ao serviço de Deus, embora “não sejam empregados mesa de um restaurante qualquer”.

“A veste típica do acólito é a alva, túnica branca, indumentária de serviço, disponibilidade, um querer estar sempre prontos para Deus”, disse o ouvidor adjunto de Ponta Delgada referindo que “ninguém na Igreja pode se sentir um empregado”.

“Muito raramente os empregados sentem saudades do patrão e o nosso Deus não é um patrão. O nosso Deus é Alguém de Quem devemos sempre sentir saudades de servir”, concluiu lembrando há desafios pela frente, que tocam todos os serviços diocesanos desde a pastoral juvenil à escolar.

“Nesta III peregrinação sente-se a necessidade de que a nossa Diocese, bem como os serviços diocesanos em geral, comecem a olhar de forma diferente para esta iniciativa anual”, pois trata-se de  “um acontecimento de Igreja que celebra”, no âmbito “da pastoral juvenil, que na diocese não se deve contentar com serviço feito apenas num dia mundial da juventude” e também “vocacional, cujo serviço não se pode dar por satisfeito assinalando apenas o mês de Maio com a quinzena das vocações ou o mês de novembro com a semana do seminário”.

Esta celebração contou, ainda, com a presença de várias autoridades civis e militares, seminaristas, irmãos da ordem terceira do Carmo e leigos da ouvidoria do Faial.

Além da procissão, durante a tarde, destaque para o concerto de estreia da “Missa Brevis” de Gounod pelo Coral de Santa Catarina, regido pelo maestro Pe Marco Luciano, na Capela dos Terceiros do Convento do Carmo, que se realiza esta noite.

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