Trinta e dois anos a promover o culto mariano na ilha Terceira

Santuário de Nossa Senhora da Conceição em festa  para assinalar o Dia da Imaculada Conceição este domingo

 A solenidade da Imaculada Conceição, que a Igreja Católica assinala anualmente a 8 de dezembro, é feriado nacional em Portugal, um reconhecimento à importância desta data na espiritualidade e identidade do país. E na ilha Terceira é o dia mais importante para o Santuário de Nossa Senhora da Conceição que celebra 32 anos desde a elevação da Igreja a Santuário.

Ás 12h00 deste domingo, dia 8 de dezembro, a mesa da Confraria e restantes confrades participarão na Missa , consagrando  a Nossa Senhora os novos membros que  passarão a integrar a Confraria de Nossa Senhora da Conceição.

A Solenidade da Imaculada Conceição é celebrada, de resto com várias Missas ao longo do dia,  com particular destaque para a já tradicional celebração presidida pelo bispo de Angra.

À semelhança do que acontece no país, o culto de Nossa Senhora da Conceição é um dos mais antigos em Angra do Heroísmo. A primeira igreja de Angra que lhe é dedicada é mandada construir em 1470, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição que o sismo de 1980 haveria de destruir.

Com a reabertura do templo reconstruído, no momento em que se celebrava o Ano Episcopal Mariano, o pedido de elevação da Igreja de Nossa Senhora da Conceição a Santuário Mariano foi feito nesse mesmo ano de 1987 pelo pároco da altura, Pe Adão Teixeira, benesse que foi concedida ainda no mesmo ano pelo Bispo de Angra, D. Aurélio Granada Escudeiro.

Desde então este é um importante santuário de peregrinação na ilha Terceira, tendo sido seus reitores os Padres Adão Teixeira, João Maria Mendes, Jorge Mendonça e, atualmente, Francisco Dolores.

Foi aqui também que se realizou o primeiro Encontro de Santuários Marianos Portugueses, em Novembro de 2003, altura em que renasceu a Confraria de Nossa Senhora da Conceição, criada em Dezembro de 1717 mas que no inicio do Século XX haveria de perder importância.

Há sete anos a Assembleia Legislativa dos Açores aprovou um Voto de Congratulação pelas bodas de prata deste Santuário.

Mas, em toda a diocese a Igreja está em festa.

O dogma da Imaculada Conceição de Maria foi proclamado a 8 de dezembro de 1854, através da bula ‘Ineffabilis Deus’, a qual declara a santidade da Virgem Santa Maria desde o primeiro momento da sua existência, sendo preservada do pecado original.

A ligação entre Portugal e a Imaculada Conceição ganhara destaque em 1385, quando as tropas comandadas por D. Nuno Alvares Pereira derrotaram o exército castelhano e os seus aliados, na batalha de Aljubarrota.

Em honra a esta vitória, o Santo Condestável fundou a igreja de Nossa Senhora do Castelo, em Vila Viçosa, e fez consagrar aquele templo a Nossa Senhora da Conceição.

A antiga igreja de Nossa Senhora do Castelo, espaço onde se ergue atualmente o santuário nacional, afirmou-se nos finais do século XIV como o primeiro sinal desta devoção, em toda a Península Ibérica.

Um segundo passo deu-se durante o movimento de restauração da independência que acabou com o domínio castelhano em Portugal e que culminou com a coroação de D. João IV como rei de Portugal, a 15 de dezembro de 1640, no Terreiro do Paço, em Lisboa.

O mesmo D. João IV, atento a uma religiosidade que também já envolvera a construção de monumentos como o Mosteiro da Batalha, o Convento do Carmo e o Mosteiro da Conceição, coroou a Imagem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa como Rainha e Padroeira de Portugal durante as cortes de 1646.

A Universidade de Coimbra tem um papel importante em todo este processo, já que todos os seus intelectuais defenderam o dogma sob forma de juramento solene.

Após a proclamação dogmática surgiu em Portugal um movimento no sentido de erguer um monumento nacional que assinalasse a definição de Pio IX.

Em 1869 concluiu-se esse primeiro monumento, no Sameiro, seguindo-se-lhe a construção dum santuário dedicado à Imaculada Conceição de Maria, cuja imagem foi coroada solenemente em 1904.

 

(Com Ecclesia)

 

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