Um novo sopro de esperança

Por António Pedro Costa

Foto: Igreja Açores

No coração da Cristandade, quando o fumo branco se elevou do telhado da Capela Sistina como um sussurro celeste, o Mundo estremeceu com um murmúrio de almas comovidas. A Igreja tem um novo pastor: Leão XIV.

E, como se a própria natureza quisesse deixar o seu testemunho, uma gaivota bebé, de plumagem ainda cinzenta, olhar curioso e passos trémulos, apareceu junto à mãe que por aqueles dias também aguardava pelo fumo branco. Alguns disseram ser sinal dos tempos novos, outros, um poema vivo no meio do telhado e do fervor. Seja como for, ali ficou, testemunha muda de uma tarde que há-de entrar para a história. O pequeno animal, observado com carinho por muitos, tornou-se num símbolo de esperança, pureza e renovação espiritual.

A emoção na Praça de S. Pedro era visível, muitos choravam, abraçando desconhecidos como irmãos na fé. O anúncio oficial “Habemus Papam!” foi recebido com uma alegria contagiante, enquanto os sinos da Basílica ecoavam pelo Vaticano, cidade eterna e por esse Mundo fora.

Foram lágrimas, foram preces, foi o rumor de mil línguas unidas por um só sentimento de esperança. Como um eco antigo que ressoa de tempos bíblicos, a multidão ergueu os olhos, aguardando o rosto daquele que, doravante, guiará os fiéis católicos pelos caminhos incertos deste presente tão conturbado.

Ao surgir na varanda central da Basílica de S. Pedro, Leão XIV não falou logo, sorriu primeiro. E naquele breve instante de silêncio, mais eloquente que qualquer discurso, deu-se uma espécie de bênção invisível. Depois, com voz firme, mas tocada pela emoção, vendo-se os olhos rasos de lágrimas, falou de reconciliação, de justiça e de um mundo ferido que clama por paz.

A eleição de Leão XIV, envolta numa aura de dignidade serena, trouxe mais do que um novo Papa, trouxe consolo aos corações, reacendeu a fé, e acendeu uma nova chama no velho lume de Roma.

A eleição do novo Papa foi, assim, marcada por um misto de solenidade, ternura e entusiasmo, ou seja, um verdadeiro dia histórico na Praça de S. Pedro.

 

 

 

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