“Quem nos dera poder ir à Ucrânia, a Gaza e a todos os lugares onde há paz para fazer e o amor de Jesus para partilhar”- D. Armando Esteves Domingues
Encerrou esta quinta-feira à noite a Aldeia da Esperança com uma celebração junto à lagoa da Caldeira da Fajã de Santo Cristo, onde foi feita uma bênção com o Santíssimo Sacramento a partir de um barco colocado junto ao cais.
A celebração, que foi precedida de uma procissão eucarística desde o Santuário do Senhor Santo Cristo da Caldeira, que durante estes dias foi uma espécie de “tenda” de adoração permanente, desde as 8h00 da manhã até às 23h00, foi o grande momento deste Jubileu dos Jovens.
“Esta Aldeia está a fechar portas mas gostaríamos de as ter sempre abertas para Ti. Fizeste-me bispo, estão estes jovens, estes religiosos, estes adultos leigos… envia-nos; sabes que temos vontade de promover o teu reino neste mundo, faz-nos pescadores de homens. Somos pobres mas temos vontade. Ajuda-nos a levar a tua paz ao mundo. Conta connosco, Senhor” afirmou D. Armando Esteves Domingues.
“Ajuda-nos a libertar o mundo do pecado; quem nos dera ir à Ucrânia e a Gaza, onde todos os dias somos vencidos pela tristeza que é ver aquelas crianças a levar com bombas em cima e com violência para irem buscar um bocado de pão”, sublinhou.
Depois de transportado até à lagoa da Caldeira, o Santíssimo esteve num barco de boca aberta, pequeno mas muito significativo, a onde foi colocado pelo ouvidor, padre Dinis Silveira. Terminada meditação pelo bispo de Angra, foi feita a bênção final e o envio dos jovens.
“Envio-vos para os vossos lugares, todos os lugares que frequentais, sobretudo naquele sítio onde passais muito tempo. É preciso construir a paz neste mundo global, tão marcado pelas redes sociais”, afirmou o bispo de Angra.
Já na missa de encerramento, na qual ainda participaram todos os aldeões, e a partir do Evangelho de Mateus, onde Zaqueu encontrou Jesus, D. Armando Esteves Domingues apelou à conversão de cada um.
“O encontro com Jesus é sempre uma conversão completa. Então, inspirados por Zaqueu e depois desta semana perguntemos: onde estou depois de Jesus ter entrado, em minha casa durante estes dias? Onde estamos ao fim destes dias?
O que mudou na nossa vida? “ interpelou o prelado diocesano que acompanhou os jovens durante toda a Aldeia, orientando uma das oficinas vocacionais, porventura um dos momentos mais apreciados pelos jovens que puderam aproveitar este momento para conhecer o percurso de vida de D. Armando Esteves Domingues e a sua opção pelo sacerdócio.
“Foi tão bom preparar e construir convosco esta aldeia; ficarei com esse sabor por muito tempo”, disse.
“Podemos ter todas as estruturas do mundo mas uma aldeia constrói-se no amor concreto, na alegria em vos conhecer” afirmou ainda incentivando a um discernimento sobre a pastoral juvenil.
“Temos aqui as bases pra renovar a juventude nesta diocese. Alguém está a pensar que não é capaz?” questionou de novo.
“O mundo apresenta dificuldades – de habitação, de justiça, ensino, trabalho- por isso ninguém está fora” enfatizou apelando ao envolvimento de todos e à “comunhão”.
“Uma aldeia não basta. Estão contentes. Acham que chega? Uma aldeia não basta. Se queres construir uma cidade e que o fogo de Jesus se apegue, olha à tua volta e vê quem tem os mesmos ideais de Cristo, reza com Ele e vai deixando que o fogo do vosso amor se espalhe e chame outros. Constrói pontes e não muros!”, exortou D. Armando Esteves Domingues.
“Esta aldeia mostra que Jesus não veio para destruir ou construir muros mas para participar, alargar. Jesus é o farrapeiro das misérias e torna-as oportunidades de sermos como ele”, concluiu o prelado que logo depois desafiou os diferentes aldeões a serem “pescadores de homens”.
No dia em que os jovens açorianos celebravam dois anos do Pacto da Montanha, assinado depois da subida à ilha do Pico, numa celebração de envio dos jovens diocesanos à Jornada Mundial da Juventude de Lisboa, também o responsável pela pastoral juvenil, padre João da Ponte desafiou os jovens a desprenderem-se da sua própria cruz e assumirem sempre o valor da comunhão.
“A cruz não é um amuleto é uma opção de vida que nos permite acolher esse abraço de jesus. Saibamos recebê-lo e partilha-lo com os outros. Levemos o Seu amor e a esperança aos outros” afirmou o sacerdote que é pároco na zona oeste da ouvidoria de Ponta Delgada e durante muitos anos serviu a ouvidoria da Povoação que agora recebe a próxima Aldeia da Esperança em 2027.
“Levemos o nosso compromisso de sermos responsáveis pela cruz uns dos outros”, disse.
No final cada participante ficou com uma cruz que foi construída ao longo da Aldeia na Oficina “Sou jovem, construo o futuro”.
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