Vicentinos da Matriz de Ponta Delgada quadriplicaram número de crianças apoiadas

Além das refeições diárias a 75 crianças, a Conferência de São Vicente de Paulo apoia famílias carenciadas através do pagamento de bens alimentares, medicamentos, rendas, água e luz.

Com a aproximação do Natal, mês em que a ação dos Vicentinos é particularmente importante e intensa, os 14 irmãos da paróquia da Matriz de São Sebastião não têm mãos a medir.

“As solicitações são muitas e variadas e não são só de agora”, garantiu ao Portal da Diocese Pe Nemésio Medeiros, “embora agora se verifiquem mais carências”.

A paróquia através dos Vicentinos acompanha 75 crianças pagando-lhes a refeição completa na cantina da escola, mas as ajudas vão muito para além disto. Há 15 famílias que estão sinalizadas e que merecem o acompanhamento quinzenal dos vicentinos da Matriz de Ponta Delgada, há já alguns anos.

“É um trabalho contínuo e continuado” junto de famílias carenciadas a quem é paga a renda da casa, a luz, a água e os medicamentos, representando “um grande esforço financeiro que só é possível devido à generosidade das pessoas”, garante Nemésio Medeiros que não esconde a simpatia pelo facto de, neste momento de crise, “as pessoas sejam muito mais solidárias e caridosas”.

Além deste apoio permanente às famílias, a paróquia suporta os custos do apoio domiciliário a três pessoas idosas bem como o custo de uma grande diversidade de medicamentos.

“Este ano verificámos um aumento muito grande neste tipo de pedidos porque as pessoas têm muitas dificuldades”, diz o pároco da Matriz de São Sebastião que não regateia elogios ao trabalho dos irmãos vicentinos.

“São pessoas muito disponíveis e com uma enorme dedicação” e, por isso, “merecem o nosso apoio”.

Daqui a uma semana regressa o “Mercadinho de Natal”, que volta a funcionar nas instalações do Centro Paroquial, e cuja receita das vendas reverterá a favor dos Vicentinos para que “possam continuar a ajudar os mais pobres”. De resto, as coletas das missas da sexta feira, durante todo o ano, revertem para o movimento, “de outro modo seria impossível garantir os apoios que dão”, conclui Nemésio Medeiros.

Na Matriz da Ribeira Grande também já é intensa a ação dos Vicentinos. Não param ao longo do ano mas, sobretudo, nesta quadra há uma azáfama diferente, diz Lúcia Garcia, vicentina desde os 14 anos.

“Começamos a preparar o Natal em Outubro com reuniões de 15 em 15 dias e o nosso objetivo é conseguir fazer o maior número possível de cabazes”, adiantou ao Portal da Diocese.

Para isso contam, tal como em Ponta Delgada, com a ajuda de empresas, particulares anónimos e do comércio em geral.

“Só acontece Natal, ou melhor, cheira mais a Natal nas nossas casas quando este trabalho termina e sentimos que melhorámos o Natal a tantas famílias”, remata Lúcia Garcia.

O trabalho em rede é fundamental. Com a Cáritas desenvolvem parcerias e já restauraram 10 habitações.

“O levantamento foi feito por nós, tal como o acompanhamento das obras. A Cáritas forneceu os materiais e nós pagámos a mão de obra”.

Na Páscoa e durante a Festa da Caridade, na 1ª oitava da Festa de Pentescostes, a atividade volta a ser maior e, sobretudo mais visível.

Os irmãos da Sociedade de São vicente de Paulo(SSVP), que este ano celebram os 200 anos do nascimento do seu fundador, Frederico Ozanam, são uma das faces mais visíveis da ação sócio-caritativa da Igreja.

O trabalho da SSVP, desenvolvido em “grande ligação” com a Cáritas Portuguesa e outras instituições de solidariedade católicas, vai além da ajuda financeira.

A SSVP foi fundada por Frederico Ozanam há 180 anos, em Paris, e tem por caraterística principal a proximidade com as pessoas que precisam de ajuda, numa metodologia em que o vicentino “está com o pobre e sente as necessidades dele”, o que tem acontecido “cada vez mais”.

A Sociedade chegou a Portugal em 1859, altura em que foi criada a primeira Conferência em Lisboa.

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