Vicentinos de São Miguel elegem nova direção

Conselho central de São Miguel das Conferências Vicentinas foi empossado hoje

Lúcia Matos é a nova presidente do Conselho Central dos Vicentinos na ilha de São Miguel e lidera uma equipa que foi empossada este sábado  por dois membros da direção nacional- o presidente António Saraiva e a Vice presidente Alda Couceiro-, numa reunião que decorreu na paróquia de Santa Cruz, da Lagoa.

Na direção dos Vicentinos da maior ilha dos Açores, onde existem 12 conferências, estão igualmente Nuno Gomes (da Conferência de Nossa Senhora de Fátima), Maria Manuela Almeida (da Conferência de Santa Teresinha) e António Paulo (da Ribeira Grande).

Depois de três anos de alguma “estagnação” o Conselho Central dos Vicentinos, que coordena o trabalho vicentino nas duas ilhas do grupo oriental do arquipélago dos Açores- São Miguel e Santa Maria- volta a funcionar com uma direção que já elegeu como principal desafio “sensibilizar e dinamizar” o ideal vicentino nas comunidades onde ainda não existe qualquer conferência, concretamente na ilha de Santa Maria e também nos concelhos micaelenses de Vila Franca do Campo e Nordeste.

“É uma prioridade conseguirmos chegar a estas comunidades pois vivemos tempos difíceis e a nossa ajuda, que não é só material pode fazer toda a diferença” disse ao Portal da Diocese a nova responsável pelo órgão máximo executivo dos vicentinos.

Este Conselho Central superintende duas ilhas, conta atualmente com 12 conferências, todas na maior ilha do arquipélago e dá apoio regular mensal a 150 famílias.

“Seria muito importante podermos ter mais gente entusiasmada com o ideal vicentino porque assim também chegaríamos certamente a um maior número de pessoas”, refere a dirigente.

O aumento da pobreza e das dificuldades tem feito disparar o número de Conferências em todo o país.

“O momento é muito difícil e, por isso, somos mais necessários. Nós temos crescido porque somos o único movimento de proximidade dentro da igreja” refere o presidente do Conselho Nacional vicentino, António Saraiva.

“Nós vamos ao encontro das pessoas, nas casas delas e falamos com elas, sentimos as suas necessidades. Nós não entregamos cabazes damos outro tipo de apoio”, refere o dirigente nacional sublinhando que, na maioria das vezes,  “a sensação que temos quando visitamos uma família é que o arroz e a massa é o menos importante. Faz falta mas é o menos importante. Os 10 ou 15 minutos de conversa que mantemos devolve-lhes uma coisa bem mais importante que é a dignidade que a sociedade lhes nega… são pobres mas alguém lhes dá atenção e sentem-se valorizados por isso”, conclui.

O grande desafio da atual direção nacional é a aposta na formação.

“Temos de desenvolver e semear a espiritualidade vicentina, de forma a que os princípios do fundador- Frederico Ozanam- motivem cada vez mais os vicentinos e constituam uma luz que leve esperança ás pessoas porque é essa esperança que elas também precisam”, diz António Matos.

“Temos de atender às periferias existenciais que são extremamente importantes”, sublinha o dirigente nacional, lembrando, ainda que os vicentinos  “não são distribuidores de bens mas difusores da fé, a partir do Evangelho e através das obras”.

“O nosso primeiro propósito é espalhar o Evangelho mas temos plena consciência de que não se prega a ninguém de barriga vazia”.

Atualmente existem em Portugal 900 conferências que congregam cerca de 2500 vicentinos que procuram testemunhar a fé através das obras.

O trabalho vicentino é uma realidade que atravessa séculos e tem a sua raíz no “patriarca da caridade”, São Vicente de Paulo.

As conferências foram criadas por Frederico Ozanam e são apenas a parte mais visível do trabalho Vicentino, mas em Portugal existem mais seis ramos desta “família”: a Associação Internacional de Caridade, a Congregação da missão, as Filhas da Caridade, a Associação da Medalha Milagrosa, as Filhas de Maria, a Juventude Mariana Vicentina e os colaboradores da missão vicentina.

“Todos somos poucos para atender a todos mas se trabalharmos em rede e articulação tudo será diferente”, diz o dirigente nacional que durante a manhã de sábado, juntamente com a sua vice presidente, coordenaram uma reunião de trabalho  e formação com representantes das 12 conferências vicentinas existentes em São Miguel.

Detarde realizou-se um colóquio sobre “A espiritualidade Vicentina” onde usaram da palavra o Presidente do Conselho Nacional dos Vicentinos e o Vigário Episcopal para a ilha de São Miguel, Pe Cipriano Pacheco.

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