39º Bispo de Angra é de Coimbra mas já se sente em casa

Novo responsável pela Igreja Católica no arquipélago quer “fazer caminho” e aprender a “riqueza humana e de fé do ser açoriano”

D.João Lavrador é a partir de hoje o 39º Bispo de Angra, quatro meses depois de ter chegado à diocese e de ter sido apresentado ao Colégio de Consultores diante do qual tomou posse, e aos açorianos, desdobrando-se em viagens a acompanhar a visita da imagem da Virgem Peregrina.

D.João Lavrador tem 60 anos, acabados de fazer, é natural da Diocese de Coimbra, onde foi ordenado sacerdote em 1981 e bispo em 2008, após ter sido reitor do Seminário Maior, professor de Teologia no Instituto Superior de Estudos Teológicos de Coimbra e dinamizador da Pastoral da Cultura e Universitária.

Na  sua primeira “Mensagem ao Povo de Deus dos Açores e à Diocese de Angra do Heroísmo”, D. João Lavrador disse que  queria “fazer caminho”, aprender a “riqueza humana e de fé do ser açoriano” e confiar na “Graça” de Deus diante das “perplexidades e medos” que provoca “tão grande tarefa”.

“É nesta confiança que me volto para vós mulheres e homens, crianças, jovens e idosos dos Açores para vos pedir que me aceiteis como um de vós na certeza que quero fazer caminho convosco, partilhando das vossas alegrias, sonhos e aspirações, dos vossos cansaços, desilusões e sofrimentos e aprendendo da vossa riqueza humana e de fé do ser açoriano que tão lucida e profundamente revela no louvor ao Senhor Santo Cristo e nos Impérios do Espirito Santo”, afirmou o Bispo de Angra na primeira mensagem em que se dirigiu aos diocesanos.

Uma “especial palavra de atenção e de carinho” aos pobres, a quem vive na “marginalidade económica, social, cultural ou religiosa” e aos “emigrantes que tiveram de deixar a sua terra para encontrar o pão em paragens distantes”.

“Ajudai-me a melhor servir a vossa promoção integral”, referia nessa mensagem.

“Coloco o meu olhar de confiança e de sonho profético em todos os cristãos da Igreja dos Açores dos quais espero que me acolham como peregrino no meio de vós, a enriquecer-me com a vossa vivência cristã e a melhor servir-vos na comunhão e na corresponsabilidade”, acrescentava.

Ao contrário de D. António faz parte de um dos secretariados nacionais da Conferência Episcopal, ocupando há já alguns anos a Comissão Episcopal da Cultural Bens Culturais e Comunicações Sociais.

Doutorado em teologia, o agora bispo de Angra defendeu tese de licenciatura sobre «O Laicado no Magistério dos Bispos Portugueses, a partir do Vaticano II» e de doutoramento sobre «Pensamento Teológico de D. Miguel da Annunciação –Bispo de Coimbra (1741 – 1779) e renovador da Diocese».

Enquanto sacerdote da Diocese de Coimbra, D. João Lavrador foi capelão do Carmelo de Santa Teresa de Coimbra, tendo acompanhado a Irmã Lúcia durante os últimos anos da sua vida.

A Diocese de Angra foi fundada a 3 de novembro de 1534 pela Bula Equum Reputamus, assinada pelo Papa Paulo III.

Com uma população de 250 mil pessoas, 85,9% dizem-se católicos.

A Diocese de Angra tem 166 paróquias ou equiparadas, agrupadas em 16 ouvidorias, 161 sacerdotes diocesanos e seis diáconos permanentes e 15 institutos religiosos, sendo o território que apresenta a maior percentagem de prática dominical.

Em média celebram-se 500 casamentos católicos por ano e perto de 2400 batismos, numa diocese onde existem dois colégios católicos, 23 Misericórdias e 253 Impérios do Espírito Santo e o Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres.

 

 

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