Presença do bispo de Fall River “fortalece” ligação do culto do Senhor Santo Cristo à diáspora

Cónego Adriano Borges  garante que está tudo a postos para mais uma festa

A presença do bispo de Fall River em Ponta Delgada, onde presidirá às festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres que começam esta sexta feira, será mais uma forma de fortalecer a ligação entre esta festa e a diáspora açoriana.

“O bispo exerce o seu ministério numa comunidade onde existem muitos açorianos (especialmente micaelenses) e conhece bem a sua fé e devoção ao Senhor Santo Cristo” refere o novo reitor do Santuário, Cónego Adriano Borges.

O sacerdote que vive o seu primeiro ano como reitor do Santuário reconhece que a comunidade açoriana da diáspora tem uma “fortíssima ligação” a estas festas e a presença do bispo de origem brasileira será “um  momento oportuno que fortalece ainda mais essa ligação”.

As festas do Senhor Santo Cristo são as mais importantes festas religiosas dos Açores reunindo milhares de pessoas em volta da imagem do Ecce Homo.

Os momentos altos da festa religiosa são no sábado à tarde na procissão da mudança da imagem e depois no domingo, dia em que o andor passa pelas principais artérias da cidade, percorrendo as igrejas e conventos da baixa de Ponta Delgada durante quase quatro horas.

Durantes estes dias a imagem é “vestida” com uma capa oferecida por um devoto e adornada com as jóias que fazem parte do seu tesouro, entre elas o resplendor que é uma das peças mais completas do ponto de vista artístico da Península Ibérica.

O resplendor do Senhor Santo Cristo dos Milagres é uma das melhores jóias devocionais do país, constituindo um verdadeiro testamento artístico de dois grandes mestres – o arquiteto Mateus Vicente de Oliveira e Adão Gottlieb Pollet – que morreram ambos em data próxima da finalização da peça.

O resplendor chegou ao Santuário a 24 de abril de 1786, transportado na corveta comercial Senhora Mãe de Deus, quando já não era viva a condessa da Ribeira Grande, D. Margarida Francisca Tomásia de Lorena, a quem coube o mecenato e o processo construtivo da peça.

Há dois anos quando foi emprestada ao Museu Nacional de Arte Antiga para integrar a exposição internacional “Splendor et Gloria. Cinco Joias Setecentistas de Exceção”, foi alvo de um estudo profundo que concluiu que a peça apresentava riscos sérios de desagregação. Tal como a imagem que precisa ser recuperada. Numa entrevista recente ao Sítio Igreja Açores o novo reitor admitia a possibilidade de uma intervenção quer nas jóias do tesouro quer na própria imagem mas em Ponta Delgada.

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