Iniciativa decorreu hoje no Monte Brasil, com a presença do bispo das Forças Armadas e de Segurança

A Igreja de São João Batista foi hoje reaberta após um digno e necessário processo de restauro, com uma eucaristia e a bênção da nova porta da igreja, não apenas como gesto simbólico, mas como verdadeiro ato litúrgico, evocando as palavras de Cristo: “Eu sou a porta das ovelhas. Quem entrar por mim será salvo.”
Na cerimónia presidida pelo bispo do ordinarato Castrense, D. Sérgio Dinis reafirmou a importância da igreja como lugar sagrado e como sinal de comunhão entre a comunidade militar e civil. Embora situada no coração da Fortaleza do Monte Brasil — local de importância estratégica para a defesa da ilha —, a Igreja está aberta a todos, tornando-se um espaço de silêncio, oração e unidade em tempos de ruído e divisão.
Durante a homilia, foi sublinhado que a restauração do edifício é também um convite à renovação espiritual de cada fiel.
“Uma igreja restaurada não basta. É preciso uma comunidade renovada para que o nome de Deus seja louvado pela verdade”, destacou.
Agradecimentos especiais foram dirigidos à Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, cujo apoio e generosidade foram fundamentais para a concretização do restauro.
“Quando a comunidade civil se empenha em preservar a sua memória espiritual, mostra que está a proteger os alicerces vivos da sua alma” disse o prelado.
A celebração coincidiu com o 17º Domingo do Tempo Comum, cujo Evangelho traz a oração do Pai Nosso. O momento foi aproveitado para meditar sobre cada invocação dessa oração, com destaque para o apelo à fraternidade, à partilha, ao perdão e à resistência à superficialidade.
“Viver como se Deus não existisse talvez seja a maior tentação do nosso tempo”, disse D. Sérgio Dinis, num apelo a que a Igreja continue sendo um espaço onde se reencontra o essencial.
O evento encerrou com uma mensagem clara: “abrir uma porta física é um marco, mas mais importante é que cada fiel abra também o coração. Que esta igreja restaurada continue a ser, para militares e civis, um sinal vivo da presença de Deus no meio do seu povo, um lugar onde a fé se vive, se partilha e se renova”, disse.
A Igreja de São João Baptista, concluída no Século por ordem de Filipe II de Castela, I de Portugal, foi alvo de uma intervenção estrutural, fruto de negociações entre a Câmara de Angra e o Ministério da Defesa, num investimento que ronda os 1,5 milhões de euros.
(Com o padre Ricardo Henriques)