A catequese não se esgota nos espaços habituais

Padre José Henrique Pedrosa é o entrevistado do IA

As comunidades cristãs devem ter, cada vez mais, a consciência de que a catequese não se esgota no espaço da infância e da adolescência e a disponibilidade para ouvir a Palavra deve ser permanente, afirma o responsável pela catequese na diocese de Leiria-Fátima, que se encontra nos Açores a dirigir um curso geral de catequistas na ilha Terceira.

O sacerdote é o convidado do programa Igreja Açores que vai para o ar este domingo, depois do meio dia, no Rádio Clube de Angra e na Antena 1 Açores.

“As comunidades que temos mais habitualmente dedicam muito do seu espaço a crianças e adolescentes. Temos de alargar esta compreensão sobre o que é a catequese: a palavra tem que ser ouvida em todas as idades e tem que haver capacidade de escuta para a palavra”, refere o sacerdote que está nos Açores a convite do Serviço Diocesano da Catequese, que este domingo também promove o Dia do Catequista na ilha Terceira, na paróquia da Vila Nova, na ouvidoria da Praia da Vitória

Para o Pe. José Henrique Pedrosa, os desafios da catequese hoje são outros porque “as exigências dos jovens são diferentes” e porque é necessário “acompanhá-los e escutá-los de forma diferente” para que possam fazer o seu caminho de discernimento de forma a descobrirem a sua verdadeira vocação dentro da Igreja, aquilo a que o Sínodo dos Bispos refere como “uma verdadeira adesão de fé”.

“É isto que a Igreja nos pede e que nós temos de ser capazes de fazer” pontua o sacerdote que desde quinta feira orienta o Curso Geral de catequistas que conta com 120 inscritos, maioritariamente da ouvidoria da Praia da Vitória.

Na entrevista, o sacerdote recorda que a formação é “indispensável” para que os catequistas façam “bem o bem que o seu trabalho produz” para a formação e evangelização das comunidades.

“O serviço que fazem de forma voluntária é importantíssimo para a Igreja e, naquilo que é o contexto atual que temos é bom que os catequistas tenham esta noção da importância de estarem formados para o que vão fazer, não apenas nos conteúdos da fé que vão transmitir, mas há todo um campo de formação que se alarga além do saber e que passa, por exemplo, pela identidade do catequista e que é o mais abrangente” afirma o sacerdote.

“Como é o catequista como pessoa, como cristão, como crente, como testemunha da sua fé”, exemplifica o sacerdote de Leira-Fátima sublinhando a importância dos catequistas nas suas comunidades, “como uma referência”.

O curso geral de catequistas abarca a catequética, base essencial para compreender a catequese, o seu papel mas, também, uma formação ao nível da pedagogia, psicologia e conteúdos doutrinais.

“A formação é para que eles façam bem o bem que estão disponíveis para fazer” explicita o Pe. José Henrique Pedrosa.

Durante a entrevista ao programa de rádio Igreja Açores deste domingo, o sacerdote leiriense fala da importância do catequista ser um exemplo não só ao nível da fé mas dos valores humanos, “essenciais para que se possa viver bem e de forma feliz”.

“A primeira formação de catequistas é a formação que trazem da sua experiência cristã, mas depois há uma sistematização que vão adquirindo com a preparação da catequese e a prática” refere ainda.

O responsável pelo serviço de catequese da diocese de Leiria-Fátima fala ainda das exigências dos tempos atuais; do Sínodo dos Bispos e dos desafios que se colocam perante a alteração do modelo de família, da transmissão da fé e da capacidade de compromisso dos mais novos.

A entrevista vai para o ar este domingo, depois do meio dia, no Rádio Clube de Angra e na Antena 1 Açores, para além das rádios da diáspora que transmitem o programa em diferido.

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