“A Igreja ou está com os mais pobres ou trai a sua missão”- ouvidor de Vila Franca do Campo

Núcleo Cáritas de Vila Franca projecta nova valência centrada na escuta dos mais jovens com dependências

O núcleo Cáritas da ouvidoria de Vila Franca do Campo vai ter um centro de escuta para adolescentes e jovens que estejam a viver problemas de dependência. Este apoio, através de um psicólogo, destina-se aos jovens e às famílias que neste momento “não têm sido parte da solução dos problemas” alerta a responsável Conceição Quental que este sábado viu concretizado o sonho de reabrir as instalações da instituição depois de algumas obras de reabilitação apoiadas por um empresário norte americano, que tem uma casa em Vila Franca e achou que podia ajudar a dignificar o espaço Cáritas.

“Estamos muito gratos e este núcleo tem agora condições para estar aberto todo o dia, durante a semana” prossegue a responsável que é vereadora na Câmara de Vila Franca do Campo, entidade que está particularmente atenta ao crescimento dos problemas sociais, nomeadamente às dependências com os jovens.

“Já fizemos um protocolo com a Arrisca e agora esperamos que haja um psicólogo voluntário que possam ajudar-nos a prestar este trabalho” refere em declarações ao Sítio Igreja Açores.

O ouvidor, padre José Alfredo Borges, lembrou que a caridade é a pedra de toque da Igreja.

“A Igreja ou está com os mais pobres ou trai a sua missão; a predilecção pelos pobres só pode ser a prioridade da Igreja”, enfatizou alertando para a falta de “líderes e governantes” com “valores e princípios”.

“Falta educação cívica mas faltam lideres e governantes com valores  princípios e virtudes, falta o interesse pela vida política no sentido mais nobre do governo para o bem comum e que segue a regra básica: dividir para multiplicar somando sem subtrair; esta é a gramática da Igreja.

“A Cáritas não pode ser o parente pobre  da Igreja porque a sua atividade é a caridade . O nosso núcleo,  seja em forma de cabaz seja em forma de vales, está sempre disponível para fazer mais, refere o sacerdote.

“Queremos abrir uma  nova página: a ideia será desenvolver uma escuta profissional balizada e autorizada de forma a poder acompanhar e encaminhar pessoas com dependências  para um apoio especializado” esclarece ainda.

“Nós estamos muito preocupados com o presente e com o futuro dos nossos jovens; aqui não podemos  ser nem pessimistas nem optimistas mas sim realistas de forma a podermos atuar e atuar com precisão” disse ainda sublinhando que “fazer o bem dá muito trabalho”.

“Façamos o que estiver ao nosso alcance para trazer a luz a quem dela precisa e depois de acesa essa luz traz esperança , mesmo que seja pequena. Ninguém é tão pobre tão pobre que não tenha nada para dar ; nem ninguém é tão tão rico que não possa receber alguma coisa”, concluiu.

Atualmente a Cáritas de Vila Franca do Campo assiste com regularidade cerca de 50 famílias a quem, para além de apoio alimentar, fornece apoio na saúde e no pagamento de despesas essenciais como a habitação.

A Semana Nacional da Cáritas termina este domingo com várias celebrações e peditórios para a instituição.

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