Agravamento da situação exige “restringir ao máximo” qualquer “ocasião de contágio”, afirma presidente da CEP

Bispo de Angra pede aos católicos que cumpram regras ditadas pelas autoridades de saúde

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse hoje que as comunidades católicas querem “colaborar ativamente” com toda a sociedade para superar o “pico” da crise pandémica e “inverter a curva ascendente” de contágios e mortes por Covid-19.

“É uma situação que está a evoluir todos os dias, em cada dia tem uma nova dimensão. Nós vamos acompanhando-a em diálogo com os bispos, ainda esta manhã estivemos em contacto com todos, para ver como estão essas situações”, referiu D. José Ornelas em declarações à Agência Ecclesia.

O bispo de Setúbal assinala que a CEP deverá fazer um novo pronunciamento “na próxima semana”, quando o Governo “introduzir novas medidas”, que devem “exigir um esforço muito maior” de todos.

“Como Igreja, tomamos as nossas providências e adaptamos o nosso modo de estar, de funcionar”, acrescenta.

“É importante que nos empenhemos, com seriedade e responsabilidade, nos nossos comportamentos, renunciando àquilo que é preciso renunciar. Não estamos a sair nem vamos sair desta situação sem sacrifício, sem esforço, sem contenção”, aponta.

O responsável católico lamenta que muitas pessoas “não tenham entendido isso”.

“Antes de mais, temos de tomar conta. É importante que todos o façamos, como pessoas, como famílias, como instituições: tomar verdadeiramente conta da gravidade da situação que vivemos”, sustenta.

O presidente da CEP admite que “ninguém previa a enormidade que está a ser, neste momento, o aumento dos contágios no país e o que isso significa de pressão sobre o Sistema Nacional de Saúde”.

“Quando dizemos que prezamos a vida como valor essencial, sobre o qual se apoiam todos os outros valores – porque é o dom fundamental que recebemos de Deus, é o dom da vida -, evidentemente se isto é importante como cidadãos, de um ponto de vista de um cidadão que tem fé, ainda ganha nova importância”, acrescenta.

Esse valor, observa o bispo de Setúbal, “não pode ser, de modo nenhum, subjugado por outros valores, mas deve ser conjugado com eles”, porque a vida, para os católicos, “não é simplesmente uma vida biológica”.

Também D. João Lavrador, em declarações ao Igreja Açores este domingo pedia a todos os açorianos que cumprissem as orientações determinadas pelas autoridades regionais de saúde, face à pandemia de Covid-19.

“Pedimos a todos os cristãos que sejam os primeiros a dar o exemplo, isto é, que respeitem as regras que estão em vigor desde maio passado”, referiu D. João Lavrador.

Na ocasião responsável católico destacava que, na Diocese de Angra não haveria, para já, uma orientação geral, dado que a realidade é “muito diversa de ilha para ilha”.

“A situação é muito grave em São Miguel, e tal como o Governo adaptou as decisões em função da realidade de cada ilha e de cada concelho, também nós na diocese o fizemos” precisou.

D. João Lavrador sublinhava que se deve fazer tudo para “evitar aglomerados de pessoas”.

O bispo de Angra desaconselha quaisquer celebrações que “possam concorrer para o agravamento da pandemia”.

Até dia 23 estão suspensas todas as celebrações religiosas na ouvidoria de Vila Franca do Campo e na Ribeira Grande todas as celebrações para além das missas e de funerais.

O primeiro-ministro português, António Costa, anunciou a 13 de janeiro um novo confinamento, que permite a celebração de cerimónias religiosas, de acordo com as normas da Direção-Geral da Saúde, tal como aconteceu no passado dia 6 de janeiro nos Açores, com o Decreto regulamentar do Governo Regional.

O boletim diário da DGS indica que, nas últimas 24 horas, se registou um número recorde de 219 mortes e 14 647 novos casos de Covid-19, em território continental.

Nos Açores registaram 93 novos casos, 92 em São Miguel e um na ilha Terceira.

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