Ano Jubilar celebra 60º aniversário de elevação da Igreja de São Mateus do Pico a Santuário Diocesano

Reitoria está a preparar um simpósio sobre o culto ao Senhor Bom Jesus para refletir “as várias dimensões desta fé”

O Santuário do Senhor Bom Jesus do Pico assinala no próximo dia 1 de julho o 60º aniversário da elevação da Igreja de São Mateus a Santuário Diocesano pelo 36º bispo de Angra, D. Manuel Afonso Carvalho. Para comemorar este jubileu foi constituída uma Comissão Cientifíca, que está a delinear o programa de um simpósio sobre o culto ao Senhor Bom Jesus Milagroso e sobre o Santuário “nas suas diferentes dimensões”.

“Este ano é um ano jubilar pois celebram-se os 60 anos da elevação da Igreja de São Mateus a Santuário Diocesano a 1 de julho e para celebrar condignamente esta iniciativa teremos um simpósio sobre este culto e este santuário, que decorrerá entre 1 e 3 de julho e que tem como responsáveis da Comissão Cientifica o padre Hélio Soares, ouvidor das Capelas, e a professora da Universidade dos Açores,  Susana Goulart Costa” adianta o reitor Padre Marco martinho ao Igreja Açores.

“Somos convidados a olhar para o culto ao Senhor Bom Jesus com um olhar diferente em várias dimensões, daqui e de fora” esclarece o sacerdote ao afirmar perentoriamente que o “Santuário é o centro da fé no Pico”.

O padre Marco Martinho lembra que o acolhimento e a escuta da Palavra fazem deste santuário um lugar “especial”.

“A Festa do Senhor Bom Jesus é sempre precedida pelo novenário, que começa a 27 de julho e vai até 4 de agosto. Durante estes nove dias as pessoas vêm para a novena para celebrar e escutar a Palavra” destaca ao classificar este santuário como “um santuário da Palavra”.

“Este é um santuário da palavra, a palavra que tem para nós uma importância muito grande. O sacerdote que convidamos para presidir ao novenário deve tocar o coração destas pessoas, portanto durante quase duas semanas, as pessoas vêm a este santuário para celebrar mas vêm também com uma intenção deliberada de escutar a Palavra, meditar nela e levá-la para o seu quotidiano e todos os dias o santuário se enche de gente” refere.

“A nossa missão como santuário é acolher as pessoas para que aqui, escutando a Palavra, ela possa fazer eco na sua vida, que ela seja uma luz e uma orientação para as suas vidas concretas”, disse ainda.

“O encontro com a imagem tem de ser um encontro também com a Sua palavra” adianta ainda o sacerdote que espera este ano já poder celebrar a festa de 27 de julho a 7 de agosto, como sempre, incluindo a procissão “tão importante para as pessoas pois nela concretizam as suas promessas”.

Apesar da pandemia, o Santuário nunca encerrou e nestes dois anos, a festa foi celebrada com uma missa campal.

“Nunca fechámos as portas e as celebrações têm decorrido com alguma normalidade; a vida é sempre feita de portas abertas. O Senhor Bom Jesus está sempre de portas abertas para acolher quem aqui vem e notamos que, sobretudo ao fim de semana, aos domingos à tarde, muita gente passa aqui silenciosamente”.

As festas do Senhor Bom Jesus Milagroso são uma das “mais emblemáticas manifestações religiosas” desta Igreja local e do Arquipélago dos Açores.

A festa remonta a 1862, quando o emigrante Francisco Ferreira Goulart trouxe do Brasil uma imagem do Senhor Bom Jesus,  que desencadeou logo uma invulgar atracção e “uma forte piedade que contagiava as almas”.

“Este templo converteu-se logo num pólo para onde convergia e donde irradiava uma religiosidade popular sem paralelo não só na ilha como nas circunvizinhanças e que viria a determinar a sua elevação à categoria de Santuário Diocesano. Diz-se e escreve-se: o Bom Jesus do Pico. Mas há também, a partir daquela manifestação do sobrenatural, um Pico do Bom Jesus. Um Pico novo e diverso para tantos da sua gente e numa linha de valores humanos, cristãos e eclesiais os mais altos. É da história, duma história ainda não conhecida e divulgada o quanto seria para desejar” refere a página on line do Santuário

A construção da Igreja  iniciou-se em 1838 e apresenta-se como uma das mais ricas e majestosas da Ilha, com retábulos de talha pintados a azul e ouro. Em 1962 foi elevado à categoria de Santuário Diocesano. Foi recuperada depois dos sismos de 1973 e 1998.

A imagem do Bom Jesus é a figuração iconográfica do Senhor no quadro da sua Paixão em que foi exposto à população na varanda de Pilatos, pelo próprio procurador romano.

A Festa do Senhor Bom Jesus decorre entre 27 de julho e 7 de agosto, tendo como pontos altos sempre os dias 5 e 6 de agosto, quando se celebram as missas e procissão solenes.

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