Bento Barcelos defende atualização dos acordos de cooperação entre as IPSS e a Região

Presidente da União das Misericórdias dos Açores é o convidado do IA

O financiamento que está a ser canalizado, através de acordos de cooperação  entre as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e a Região (tal como acontece com o Estado), “fica aquém daquelas que são as necessidades reais das instituições” afirmou em entrevista ao Igreja Açores o presidente da União das Misericórdias dos Açores.

Bento Barcelos é o convidado do programa de rádio Igreja Açores que vai para o ar este domingo, ao meio dia no Rádio Clube de Angra e na Antena 1 Açores.

“Nós estamos na maioria das valências, com um financiamento que não é suficientemente robusto para fazer face às despesas que se tem” afirma o dirigente que é provedor da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira. “Não se trata de dar lucro mas de dar resposta às necessidades concretas” esclarece, exemplificando com o aumento dos encargos salariais, decorrentes dos sucessivos aumentos do salário mínimo, e dos encargos com os consumíveis, num quadro social em que são cada vez mais os dependentes e menores as disponibilidades de cuidadores.

“Não estamos a ser financiados para compensar este aumento do salário, e grande parte dos funcionários está neste patamar e isso provoca uma deterioração da saúde financeira das instituições” adianta, lembrando que se essa situação se perpetua no tempo pode comprometer a resposta “eficaz e necessária” para atender a todas as dificuldades, apesar “da versatilidade das instituições sociais que têm sabido adaptar-se”.

Por isso diz: “É necessária uma atualização dos acordos de cooperação que seja correspondente à inflação acrescida deste aumento dos encargos que as instituições têm com os encargos salariais e consumíveis”.

Bento Barcelos, que participou há duas semanas no Congresso Nacional das Misericórdias portuguesas, adiantou ainda nesta entrevista que as respostas sociais existentes nos Açores “são suficientes”.

“Nos Açores temos uma rede de instituições sociais bem presente e que é , neste momento, suficiente. Pode haver uma necessidade pontual neste ou noutro lugar, a necessidade de ampliarmos algumas valência,  mas criar novas instituições acho que não se justifica. O quadro que temos é necessário e suficiente para atender as necessidades da região” diz o dirigente.

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Angra aborda ainda nesta entrevista a necessidade de “educar os mais jovens” para as questões sociais de forma a estimular o voluntariado e o desejo de entre-ajuda na sociedade.

“Acho que os mais jovens deveriam ter uma formação mais adequada ao nível da família e da escola sobre a problemática social. Esse processo de educação para o serviço aos outros deve começar na tenra idade. É um contributo para um processo de aculturação da sociedade em si”, refere Bento Barcelos.

O responsável lembra a importância do voluntariado mas também a crescente profissionalização dos serviços e das respostas que as IPSS dão, em particular as misericórdias.

Na entrevista que pode ouvir a partir de hoje aqui no sitio Igreja Açores, depois do meio-dia, o dirigente fala ainda da missão das misericórdias, da nova realidade social e dos desafios que coloca a quem está a desenvolver respostas sociais, entre outras.

A entrevista vai para o ar no programa de rádio Igreja Açores, este domingo, a partir do meio-dia no Rádio Clube de Angra e na Antena 1 Açores.

 

 

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