“Tomás de Borba: composição e pedagogia” é o nome do novo livro do Pe. Duarte Gonçalves Rosa

Trabalho lançado este sábado é o resultado de um trabalho académico do autor

“Tomás de Borba: composição e pedagogia” é o mais recente trabalho do Pe. Duarte Gonçalves Rosa, diretor da Comissão Diocesana de Música Sacra na diocese de Angra, que resulta da investigação desenvolvida durante o doutoramento e que não tinha sido devidamente aprofundada e trabalhada.

A obra, desenvolvida agora a seis mãos, juntamente com o compositor Antero Ávila e o musicólogo Eduardo Aires de Abreu, pretende mostrar como a composição foi posta ao serviço do ensino.

“O órgão teve uma grande importância na reforma do ensino que se seguiu à primeira República no sentido de levar as artes ao curriculum escolar” adiantou em entrevista ao programa de Rádio Igreja Açores o sacerdote sublinhando esta dimensão pedagógica: “trata-se de  uma análise sobre a composição ao serviço do ensino”.

Ao longo da obra procura-se mostrar como o compositor açoriano utilizou a Música para expressar o que é ser português, tarefa que desenvolveu com muito afinco sobretudo junto dos estudantes.

O livro conta com uma introdução escrita pelo ex. Presidente da República Ramalho Eanes; com o prefácio de Roberto Carneiro, ex. Ministro da Educação; o posfácio de Rui Vieira Nery e a conclusão do bispo de Angra, D. João Lavrador. Na obra está também um texto sobre a importância dos Arquivos, de Cláudia Cardoso, Diretora da Biblioteca e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro.

Tomás Vaz de Borba foi um sacerdote católico, músico, compositor e professor açoriano. Destacou-se não apenas como erudito mas também como um inovador na pedagogia da Música em Portugal.

Fez os seus estudos literários, filosóficos e teológicos no Seminário Episcopal de Angra, então funcionando no Convento de São Francisco. No plano artístico, já seminarista, foi aluno de Guilherme Augusto da Costa Martins, músico, organista, violinista e professor de piano na “Aula de Música”, que funcionava no claustro da Sé Catedral, sendo sempre um aluno em destaque.

Foi ordenado presbítero em 31 de Agosto de 1890 pelo então bispo de Angra, D. Francisco Maria do Prado Lacerda, na capela do Paço Episcopal de Angra do Heroísmo (onde hoje funciona a sede da Secretaria Regional da Educação e Ciência).

No ano seguinte partiu para Lisboa para frequentar o Real Conservatório de Lisboa, onde se matriculou nas cadeiras de Piano e Composição uma vez que as suas capacidades musicais se tinham revelado excepcionais. Ao mesmo tempo, frequentou o Curso Superior de Letras onde foi aluno do também açoriano Teófilo Braga, que sempre lhe demonstrou grande estima, estimulando-o nos seus estudos. Terminou os cursos de Música e de Letras com altas classificações.

Em 1901 foi nomeado professor da classe de Harmonia do Conservatório de Música de Lisboa, lugar que exerceu com grande proficiência até 1937, altura em que foi aposentado por idade. Para além daquela cadeira, foi o primeiro professor de História da Música naquela instituição, a qual regeu durante alguns anos.

Com a implantação da República Portuguesa (1910) foi nomeado  vogal do Conselho Superior de Instrução Pública. Foi também professor e diretor artístico da Academia de Amadores de Música de Lisboa.

Foi durante vários anos prior da Igreja dos Mártires em Lisboa e Comissário da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo onde desenvolveu uma obra notável a nível da música religiosa.

Faleceu na paróquia do Sacramento, em Lisboa, tendo o seu corpo sido trasladado para o Cemitério do Livramento, em Angra do Heroísmo.

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