Bento XVI em situação “grave”, mas “estável” – porta-voz

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O porta-voz do Vaticano informou hoje que o Papa emérito Bento XVI se encontra em situação “grave”, mas “estável”, em comunicado enviado aos jornalistas

“O Papa emérito conseguiu descansar bem ontem à noite, está absolutamente lúcido e alerta e, embora o seu estado continue a ser grave, hoje, a situação é atualmente estável”, refere Matteo Bruni.

“O Papa Francisco renova o seu convite para rezar por ele e acompanhá-lo nessas horas difíceis”, acrescenta o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, na nota recebida pela Agência ECCLESIA às 13h17 de Lisboa.

Bispos e responsáveis católicos de todo o mundo lançaram nas últimas horas apelos à oração pelo Papa emérito Bento XVI, após o agravamento do seu estado de saúde, anunciado esta quarta-feira pelo Vaticano, depois de o Papa Francisco ter pedido orações pelo seu antecessor, indicando que este se encontrava “muito doente”.

As palavras do atual Papa, que visitou Bento XVI após a audiência pública semanal, tiveram “grande impacto em todo o mundo”, indica a redação alemã do portal de notícias do Vaticano, acrescentando que, desde então, “nada mais se ouviu” do antigo mosteiro ‘Mater Ecclesiae’, onde Bento XVI, de 95 anos, vive desde 2013, após a sua renúncia.

O portal ‘Vatican News’ indica que o Papa germânico tem sofrido de problemas respiratórios e já não consegue falar, sendo acompanhado pelo seu secretário particular, o arcebispo Georg Gaenswein, e um grupo de leigas da associação ‘Memores Domini’, além da equipa médica.

O bispo Georg Bätzing, presidente da Conferência Episcopal Alemã, divulgou uma oração escrita por si, rezando para que Deus ajude Bento XVI neste momento de doença; a Conferência Episcopal dos EUA optou por publicar uma oração, no Instagram, pedindo o auxílio da misericórdia divina para o Papa emérito.

Na capital italiana, o cardeal Angelo De Donatis, vigário do Papa para a Diocese de Roma, dirigiu-se às comunidades paroquiais, as capelanias, os religiosos e as religiosas, pedindo que respondam ao pedido de oração do Papa Francisco.

“Todos os fiéis da diocese e todos os homens e mulheres de boa vontade que vivem em Roma, recordando com gratidão o troço percorrido juntamente com o nosso bispo emérito, acompanham-no neste tempo de sofrimento e provação”, refere uma nota divulgada online.

Com esta intenção, vai ser celebrada uma Missa esta sexta-feira, às 17h30, na Basílica de São João de Latrão, a Catedral de Roma, presidida por D. Guerino Di Tora e com transmissão online.

No Brasil, a Arquidiocese do Rio de Janeiro uniu-se “à Igreja do mundo inteiro para rezar pelo Papa Emérito Bento XVI”.

D. Eric de Moulins-Beaufort, arcebispo de Reims e presidente da Conferência Episcopal Francesa, manifestou a comunhão dos católicos franceses com Francisco e toda a Igreja, “confiando ao Senhor Bento XVI e aqueles que cuidam deles”.

D. Sviatoslav Shevchuk, arcebispo-mor de Kiev aos Bispos do Sínodo e a todos os fiéis da Igreja Greco-Católica Ucraniana que se unissem às orações pelo Papa Emérito Bento XVI, recordando um encontro que manteve com ele, no dia 10 de novembro passado, durante uma visita a Roma.

D. Mechyslav Mokshytskyi, arcebispo latino de Lviv e antigo secretário pessoal do Papa emérito, escreveu uma mensagem à arquidiocese ucraniana: “Como seu antigo secretário e testemunha do seu grande amor por toda a Igreja, e em particular pela Igreja na Ucrânia, que sempre apoiou, especialmente nos últimos meses da guerra, peço a todos que rezem por Bento XVI”.

Em comunicado, a Igreja Arménia Católica informa que o patriarca Rafael Bedros XXI convidou todas as comunidades a unir-se em oração, “pedindo ao Deus Misericordioso  para sustentar o Papa emérito Bento XVI, no seu sofrimento e no seu testemunho exemplar de amor à Igreja”.

O Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam) respondeu ao apelo de Francisco e pediu orações pela saúde do Papa Emérito Bento XVI”, evocando de modo particular o seu discurso inaugural na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, realizada em Aparecida (Brasil), em maio de 2007, no qual afirmou que “a opção preferencial pelos pobres está implícita na fé cristológica”

A Conferência Episcopal Italiana, através de uma mensagem assinada pelo cardeal Matteo Zuppi, presidente do organismo, apelou à oração “neste momento de sofrimento e provação”, evocando a “forte mensagem” do ensinamento do Papa emérito para a comunidade eclesial e para toda a sociedade.

O rabino Riccardo Di Segni, chefe da comunidade judaica em Roma, disse estar preocupado com a notícia do estado de saúde do Papa emérito, junta-se à oração pela sua “pronta recuperação”.

Em Portugal, a Diocese do Funchal convidou à oração por Bento XVI, “para que Deus o conforte neste momento de doença e fragilidade”.

Várias dioceses e responsáveis católicos divulgaram pedidos semelhantes, através de publicações nas redes sociais.

D. Francisco Senra Coelho, arcebispo de Évora, recorreu hoje ao Twitter para lançar um apelo às comunidades católicas.

“Vamos unir-nos em oração ao querido Papa Emérito, Bento XVI, pedindo a Cristo, Bom Pastor que aceite a contínua oblação da sua vida pela Igreja, que sempre serviu com Amor. Que a nossa Arquidiocese de Évora, em cada Paróquia, Seminários, Comunidades Religiosas, Comunidades em Caminhada de Fé, Movimentos Eclesiais, Associações de Fiéis, Grupos e Famílias Cristãs nos juntemos ao Sucessor de Pedro, nesta intenção que muito nos toca a todos”, escreve o responsável pela arquidiocese alentejana.

“Que a Virgem de Fátima, aonde o Papa Emérito peregrinou, o acalente e ajude nos momentos difíceis que vive”, conclui.

Joseph Ratzinger nasceu em Marktl am Inn (Alemanha), no dia 16 de abril de 1927, um Sábado Santo, tal como acontece em 2022, e passou a sua infância e adolescência em Traunstein, uma pequena localidade perto da Áustria.

Juntamente com o seu irmão Georg, foi ordenado padre a 29 de junho de 1951; dois anos depois, doutorou-se em teologia com a tese ‘Povo e Casa de Deus na doutrina da Igreja de Santo Agostinho’.

No dia 19 de abril de 2005 foi eleito como o 265.º Papa, sucedendo a João Paulo II; a 11 de fevereiro de 2013, Dia Mundial do Doente e memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, anunciou a renúncia ao pontificado, com efeitos a partir do dia 28 do mesmo mês, uma decisão inédita em quase 600 anos de história na Igreja Católica.

 

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