Bispo Coadjutor de Angra diz que mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz “exige uma atenção especial”

D.João Lavrador comenta mensagem do Santo Padre para o Ano Novo

 

A mensagem do Papa Francisco, para o dia Mundial da Paz, “exige uma atenção especial de todos e cada um, seja cristão, crente, ou cidadão neste mundo tão carente de paz, e um compromisso comum pela sua promoção” diz o Bispo Coadjutor de Angra num comentário enviado ao Sítio Igreja Açores, que pode ler na íntegra aqui.

João Lavrador, que vive esta passagem de ano pela primeira vez na diocese de Angra, como Bispo Coadjutor, lembra o significado do primeiro dia do ano, como um dia de “reflexão, oração e compromisso pela paz”, em que a Igreja celebra a maternidade divina de Nossa Senhora.

No texto de opinião, em que analisa a mensagem do Papa Francisco, sublinhando os aspetos mais relevantes, diz que este texto, como outros, insere-se “nas grandes preocupações da Igreja” e neste ano da misericórdia, é realçada esta atitude, “critério de vida e de relação a par com o respeito pela natureza e apelando para o combate à indiferença”.

“O Santo Padre não só se coloca numa das mais trágicas consequências da cultura moderna e pos-moderna, mas reforça o apelo que fez com os olhos postos na tragédia humana de Lampedusa onde apelidou esta cultura caracterizada pela «globalização da indiferença»”, refere o prelado diocesano.

O Bispo Coadjutor de Angra destaca a relação que o Papa Francisco estabelece entre “a indiferença perante Deus e o alheamento em relação aos irmãos”.

“Se Deus está comprometido com a humanidade e com a criação obra do Seu amor, também o ser humano deve estar seriamente empenhado na sorte dos seus semelhantes”, diz D. João Lavrador.

Por outro lado, destaca o “ forte alerta às instituições para que também elas não cedam à tentação «da indiferença pelo outro, pela sua dignidade, pelos seus direitos fundamentais e pela sua liberdade, de braço dado com uma cultura orientada para o lucro e o hedonismo, favorece e às vezes justifica ações e políticas que acabam por constituir ameaças à paz»”.

E, não deixa de sublinhar os alertas do Papa relativamente ao domínio económico destacando que a “indiferença pode chegar inclusivamente a justificar algumas políticas económicas deploráveis, precursoras de injustiças, divisões e violências”.

Em pleno ano da misericórdia, D. João Lavrador destaca as palavras do Papa Francisco sobre a tarefa da Igreja em “estar presente no mundo, onde deve ser evidente a misericórdia do Pai”.

E precisa, retomando as palavras do Santo Padre, “nas nossas paróquias, nas comunidades, nas associações e nos movimentos – em suma, onde houver cristãos –, qualquer pessoa deve poder encontrar um oásis de misericórdia”.

Também no que diz respeito à promoção da paz, a misericórdia “vivida como olhar o outro como irmão é fundamental para uma justa e pacifica convivência”, acrescenta o prelado.

Apelando ao compromisso de todos os educadores, família, escola, comunidade cristã e instituições sócio-culturais e poderes públicos para a edificação da paz, realça que a “paz resulta do compromisso pela cultura da solidariedade, da misericórdia e da compaixão”.

Dentro do espirito do ano da misericórdia, D. João Lavrador convida ao combate à indiferença; que cada cristão adopte um compromisso concreto que contribua para melhorar a realidade onde vive; e dirige um tríplice apelo contra as guerras, contra a exploração dos países mais pobres por parte dos mais poderosos.

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