Bispo de Angra lamenta que a família seja “uma periferia da sociedade”

Ano Pastoral na diocese arranca com apelo aos cristãos para serem “Misericordiosos como o Pai”

O Bispo de Angra exorta os açorianos a darem prioridade às famílias a partir da misericórdia para que elas deixem de ser “uma das maiores periferias da sociedade”.

Em declarações ao Sítio Igreja Açores, a propósito do inicio do ano pastoral, no próximo domingo, D. António de Sousa Braga lembra que a família é “uma das ideias centrais” deste novo ano marcado pelo Jubileu da Misericórdia.

“Nós sabemos que hoje uma das grandes periferias da sociedade é a família, sobretudo aquelas famílias que estão desestruturadas, que não sabem o que hão de fazer com os filhos que não têm projeto de vida e que estão em dificuldades” sublinha o prelado diocesano afirmando que “é preciso misericórdia que é o sinal máximo do amor”.

Aliás “Misericordiosos como o Pai” é o tema das orientações diocesanas de pastoral, a partir das quais o responsável máximo pela igreja católica dos Açores diz que o próximo ano será “uma oportunidade para desencadear um processo de promoção humana e social” que permita um “conhecimento mais aprofundado e próximo” da realidade, sempre “a partir das periferias” que é como quem diz “dos mais fracos e excluídos”.

O ano pastoral arranca este domingo, dia 4 de outubro, fortemente marcado pelo Jubileu da Misericórdia e também pela visita da Imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima ao arquipélago, de 7 de janeiro a 28 de fevereiro.

No começo deste ano pastoral destaque também para a nomeação de D. João Lavrador como Bispo Coadjutor de Angra, com direito a suceder a D. António de Sousa Braga, após a sua resignação, quando completar 75 anos, em março de 2016. O novo prelado tomará posse no dia 29 de novembro, primeiro domingo do Advento, na Sé de Angra.

A diocese iniciou há um ano um processo de identificação das periferias, no sentido “de conhecer melhor a realidade onde se insere a igreja” e é este trabalho “que vai ser continuado” até “em resposta às recomendações do Papa Francisco que nos convida a uma nova saída missionária”, conclui o Bispo de Angra.

Durante este ano pastoral está prevista a deslocação da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima que percorrerá as 16 ouvidorias da diocese, permanecendo ou nas igrejas jubilares, que são 24 ou em igrejas “especialmente significativas”.

A Sé de Angra vai ser a Igreja Jubilar por excelência do Ano Santo da Misericórdia, mas a acompanhá-la estarão, ainda, os cinco santuários diocesanos: Santo Cristo em Ponta Delgada, Bom Jesus no Pico, Nossa Senhora da Conceição em Angra, Santo Cristo da Caldeira em S. Jorge e Nossa Senhora dos Milagres da Serreta na Terceira, e ainda outras igrejas especialmente significativas em cada ilha e ouvidoria.

A indicação destas igrejas está presente nas Orientações Diocesanas de Pastoral onde também se estabelece que as Romarias Quaresmais de São Miguel, Terceira e Graciosa sejam igualmente consideradas “peregrinação sagrada” jubilar.

“À prática da peregrinação está ligada a indulgência jubilar que exige a celebração do sacramento da reconciliação, a comunhão eucarística, a oração pelo Santo Padre e a contrição perfeita”, refere o documento que define as orientações Diocesanas de Pastoral intitulado “Misericordiosos como o Pai”, lê-se.

Inserida nesta “peregrinação” está a visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima.

“Trata-se de um momento da missão evangelizadora na Igreja e da Igreja”, refere o documento lembrando que é a terceira visita desta imagem da Virgem (esteve nos Açores nas décadas de 40 e de 80) e, à semelhança, desse tempo que “tanto mobilizou” as comunidades cristãs, também agora deve merecer “um especial empenho e motivação de todos”.

Para o bispo da diocese a coincidência entre a visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima e a comemoração do Ano Santo da Misericórdia “deve ser aproveitada como um período de graça”.

Por isso, D. António de Sousa Braga, que preside às cerimónias de acolhimento e de despedida da imagem, pede que este período seja “vivido com muita intensidade” por todos os açorianos que “deverão olhar para Nossa Senhora como a verdadeira Porta da Misericórdia”. De resto, o prelado já manifestou a intenção do novo Bispo Coadjutor poder acompanhar a Imagem neste périplo, até porque “é uma pessoa muito identificada com a mensagem de Fátima”.

 

 

Scroll to Top