Bispo de Angra elogia “coragem” e “abertura” dos dois novos santos

D. António de Sousa Braga relembra visita de João Paulo II aos Açores e sublinha a ousadia de mudança proposta pelo Papa João XXIII.

Os dois beatos, João XXIII e João Paulo II, que este domingo se tornaram santos foram homens de “grande coragem, abertura e fé” sublinha o Bispo de Angra nos dois textos que escreveu para o Portal da Diocese e para a missa de ação de graças que decorrerá na igreja Matriz de Ponta Delgada, da iniciativa do Centro Social e Paroquial João XXIII.

 

Ambos “tiveram na fé e na fidelidade a Cristo a força” para propor, “mesmo remando contra a corrente”, mudanças quer dentro da Igreja quer fora dela, apresentando uma “renovada” esperança na “mudança”, refere o prelado diocesano.

 

Sobre João Paulo II, a quem chama “um Santo do nosso Tempo”, D. António de Sousa Braga sublinha “a coragem e determinação” ao afirmar que o Concílio “era para continuar a ser aplicado e não de forma parcial, mas em todas as suas dimensões e com a profundidade de uma autêntica renovação espiritual da Igreja”, mesmo quando as vozes mais conservadoras se ergueram.

 

E, destaca a “abertura à problemática atual da sociedade humana” com as suas encíclicas sociais que “são uma referência obrigatória para a presença da Igreja no mundo”.

 

“Pronunciou-se, tanto contra o marxismo, como contra o liberalismo, abrindo caminho a uma humanização da vida em sociedade, que tenha como pilares a dignidade da pessoa humana e o bem comum, os princípios da solidariedade e da subsidiariedade, as virtudes da justiça e da caridade”, frisa o responsável pela igreja católica nos Açores.

 

“Não há dúvida de que João Paulo II ficará na História como um grande Pastor da Igreja Universal e um santo do nosso tempo. A sua profunda espiritualidade manifestava-se também na sua grande humanidade, que se tornou tão patente, nos últimos anos da sua vida”, conclui o Bispo de Angra.

 

D. António de Sousa Braga recorda dois momentos especiais relacionados com o seu pontificado: a visita ad Limina dos bispos portugueses, em 1999, sublinhando o facto de João Paulo II o ter cumprimentado como o bispo “de las islas”  e a vista do Papa aos Açores, “histórica e que não se vai repetir tão cedo”.

 

A prolongada oração de joelhos em frente à imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em Ponta Delgada, as palavras que dirigiu aos fieis, sobretudo aos jovens e a devoção mariana do santo padre, são para o Bispo de Angra sinais importantes do seu pontificado no que respeita às propostas da nova evangelização, “com novos métodos, novas expressões e um novo ardor”.

 

O prelado diocesano destaca por isso essa exortação à igreja a “fazer-se ao largo para o mar alto da vida humana para aí inserir o Evangelho, mantendo-o vivo”.

 

O Bispo de Angra conclui, a propósito de João Paulo II que ele é o exemplo de que “não há verdadeira santidade, sem humanidade. O Evangelho de Jesus é o grande caminho de humanização” e ele como ninguém “soube ser testemunho disso”.

 

Já na mensagem que enviou à paróquia da Matriz, em Ponta Delgada, que vai celebrar uma missa de ação de graças este domingo, pelas 17h00, para celebrar a canonização de João XXIII, o papa que deu o nome ao Centro de Bem Estar social da paróquia, o Bispo de Angra destaca “a fé e a coragem” de ter convocado o Concílio Vaticano II.

 

Papa João Paulo II e Papa Joao XXIII

D. António de Sousa Braga relembra o curto pontificado de João XXIII para sublinhar com maior vigor a “determinação e a vontade” do Papa de “abrir a Igreja ao mundo” e “discutir as adversidades humanas”.

 

Finalmente, o prelado diocesano que apelida João XXIII de “o Papa Bom” convida os cristãos a inspirarem-se nas suas qualidades e e a prosseguirem “esta visão de fé e de esperança que nos compromete aqui e agora a nos pormos generosamente ao serviço da igreja e da sociedade”.

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