Bispo de Angra pede oração e caridade para vencer a globalização da indiferença

Renúncia Quaresmal da Diocese de Angra reverte a favor da ilha do Fogo, em Cabo Verde

A oração e a caridade são instrumentos “decisivos” para vencer a globalização da indiferença e, por isso, nesta Quaresma, “que é um tempo favorável”, devem ser uma “prioridade” dos cristãos, diz o Bispo de Angra na MENSAGEM para a Quaresma que se inicia hoje.

“A Quaresma será tempo favorável da misericórdia divina, na medida, em que formos misericordiosos uns para com os outros. Começando por quem mais precisa, mesmo que menos mereça. É que a verdadeira misericórdia é gratuita. Vence o mal com o bem” optando sempre “por aqueles que a sociedade descarta e lança fora”, diz D. António de Sousa Braga.

Citando a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma deste ano, o prelado diocesano pediu aos cristãos que não se deixem “absorver por uma espiral de indiferença”.

“Quando estamos bem e comodamente instalados, facilmente nos esquecemos dos outros…: encontrando-me relativamente bem e confortável, esqueço-me dos que não estão bem. Hoje esta atitude egoísta de indiferença atingiu uma dimensão mundial tal que podemos falar de uma globalização da indiferença. Trata-se de um mal-estar que temos a obrigação, como cristãos, de enfrentar”.

A oração e os gestos de caridade são duas das sugestões deixadas pelo prelado diocesano para combater estes problemas atuais.

“Não subestimemos a força da oração de muitos. Se humildemente pedirmos a graça de Deus e aceitarmos os limites das nossas possibilidades, então confiaremos nas possibilidades infinitas que têm de reserva o amor de Deus. E poderemos resistir à tentação diabólica que nos leva a crer que podemos salvar-nos e salvar o mundo sozinhos”, disse o Bispo de Angra sublinhando a importância da iniciativa “24 horas para o Senhor” que se celebrará na Diocese nos dias 13 e 14 de março.

Na Mensagem para esta Quaresma a que o Sitio Igreja Açores teve acesso o Bispo de Angra insiste na necessidade de gestos de caridade.

“A Quaresma é um tempo propício para mostrar este interesse pelo outro, através de um sinal – mesmo pequeno, mas concreto – da nossa participação na humanidade, que temos em comum”, diz D. António de Sousa Braga.

“O caminho da perfeição humana é o do amor, que tem a sua máxima expressão na misericórdia, que é a capacidade de se `compadecer´: `padecer-com´, isto é, ser capaz de se pôr no lugar do outro, assumindo a sua situação”, salienta.

O responsável pela Diocese de Angra identifica a Quaresma como um “momento especial da graça do Senhor, que vem ao nosso encontro, para transformar a nossa vida, com a Sua misericórdia, a máxima expressão do amor”. E, pede à igreja diocesana para estar “de portas abertas” para “correr o risco do encontro”, “cultivar a arte do acompanhamento” e “saber escutar que é mais do que ouvir”.

“Escutar… é a capacidade do coração que torna possível a proximidade, sem a qual não existe um verdadeiro encontro com o outro, em atitude de escuta respeitosa e compassiva”, diz o prelado citando a mensagem da Quaresma do Papa Francisco.

Na mensagem, D. António de Sousa Braga anuncia que o fruto da “renúncia Quaresmal” deste ano se destina às populações da Ilha do Fogo (Cabo Verde), atingidas pelas consequências de uma erupção vulcânica, que tem causado muitos estragos materiais.

“Nós precisamos, mas não podemos esquecer quem precisa mais do que nós”, diz o bispo de Angra.

“Vamos procurar, ao longo desta Quaresma, renunciar a algo, para que o resultado obtido até Domingo de Ramos constitua uma ajuda significativa para as famílias sinistradas da Ilha do Fogo”, sublinha pedindo que “ninguém se deixe vencer pela generosidade”.

Nesta caminhada quaresmal, o bispo de Angra apelou aos cristãos para terem presente a Semana da Cáritas- de 2 a 8 de março- que tem como lema “Um só coração, uma só família humana”.

Ao longo dessa semana, haverá o Peditório Nacional da Caritas.

“É de toda a importância apoiar essa ação e desenvolver uma rede de  intercâmbio e de colaboração com a Caritas Diocesana”, conclui.

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