Bispo de Angra reforça reflexão sobre o papel da igreja nos Açores

Prelado lança bases para caminhada sinodal diocesana

A conversão pastoral em “chave” missionária proposta pelo Bispo de Angra nas orientações diocesanas para o próximo ano pastoral, que o Portal da Diocese acaba de divulgar, assenta em três objetivos específicos: a formação dos agentes pastorais, a caracterização da realidade açoriana, a nível cultural, social e eclesial e a análise e revisão das respostas dos serviços pastorais em conformidade com a nova realidade social.

As propostas, que constam do Guia com as orientações diocesanas de pastoral, têm como base inspiradora a exortação apostólica do papa Francisco – A Alegria do Evangelho- e propõem uma “nova” saída da igreja nos Açores para o terreno em nome de “um melhor conhecimento da realidade insular”.

“Urge reunir o que existe, recorrer às instâncias adequadas para chegar a um conhecimento, o mais completo e objetivo da realidade em que estamos inseridos”, sublinha D. António de Sousa Braga, reconhecendo que se trata de uma realidade “cultural rica e diversificada, em profunda mudança”, mas igualmente “problemática económica e socialmente” implicando “respostas novas que promovam uma verdadeira cultura de encontro”

No essencial, o Bispo de Angra exorta a igreja diocesana a fazer “um exame sério de consciência para avaliar a sua capacidade e prática de acolhimento das pessoas” nas várias instâncias eclesiais.

Mobilizado pelos apelos do Papa Francisco, D. António de Sousa Braga diz que é preciso “colocar em chave missionária a atividade habitual e quotidiana da igreja”, o que “levará a uma dinâmica de reforma das estruturas eclesiais” não no sentido de uma “reorganização estática mas como consequência da dinâmica da missão”.

Esta “conversão pastoral só surtirá efeito se houver uma renovação espiritual da igreja”, sublinha, ainda, o responsável pela igreja católica nos Açores.

Respeitando as orientações do último Conselho Presbiteral, que reúne as cúpulas do clero açoriano, o Bispo compromete toda a igreja no desencadeamento de “um processo de identificação das periferias da sociedade açoriana”, sobretudo ao nível dos Ouvidores que vão ter “encontros específicos” com “especialistas” para “sinalizar e caracterizar” essas periferias e encontrar “as melhores respostas”.

Estes encontros serão realizados na semana da Diocese (de 3 a 9 de novembro) durante a qual se promoverá, também, a formação permanente para agentes pastorais, tendo por base a Exortação Apostólica.

Manter-se-ão os três turnos de retiros anuais do Clero diocesano, sendo que o retiro do Pico, geralmente o último turno, decorrerá sob a orientação do Cónego António Rego.

O próximo Conselho Presbiteral centrará a sua agenda na análise e revisão das instâncias e serviços pastorais da Diocese.

O prelado diocesano lança, ainda, o repto às paróquias para “melhorarem o serviço de atendimento e acolhimento às pessoas”, para promoverem “a dimensão comunitária e a qualidade das celebrações litúrgicas” e para “conhecerem, orientarem e evangelizarem a religiosidade popular nas suas atitudes e manifestações”.

O Bispo de Angra deixa, ainda, uma reflexão sobre as ações concretas da igreja açoriana na resposta aos desafios propostos pelo Papa para este ano de 2015.

O Sínodo sobre a Família e a promoção da Vida Consagrada são alguns dos aspetos focados por D. António Sousa Braga que dedica uma especial atenção a esta última questão, que tem preocupado as instâncias diocesanas

“O ano da Vida Consagrada pode ser uma oportunidade para lançar iniciativas de oração e ação em prol das vocações religiosas” destaca o Bispo de Angra, lembrando que os encontros de preparação para o Crisma e o Dia Mundial da Juventude constituem “ocasiões únicas” para o “intercâmbio de fé e encontro entre várias gerações”.

O Guia com as orientações diocesanas de pastoral foi divulgado esta segunda feira no Portal da Diocese e será distribuído em versão impressa no principio de setembro.

O Guia tem 10 capítulos distribuídos por 72 páginas.

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