Bispo de Angra visita pela primeira vez comunidades açorianas da diáspora

D. João Lavrador preside às festas de Nossa Senhora de Fátima em Turlock, na Califórnia

O bispo de Angra vai presidir, este fim de semana, 1 e 2 de outubro, às festas de Nossa Senhora de Fátima em Turlock, na Califórnia, onde reside uma grande parte dos açorianos nos Estados Unidos, especialmente das ilhas do grupo central, concretamente da ilha Terceira.

É a primeira viagem que D. João Lavrador faz às comunidades açorianas da diáspora e por isso as expetativas são “de alguém que quer conhecer melhor outros ambientes; partilhar experiências entre os que estão fora da sua terra natal e nós que vamos conhecendo as realidades onde vivemos; estabelecer um diálogo franco e aberto para escutá-los; sentir a sua integração e as suas dificuldades e sobretudo partilhar com eles da mesma fé e das suas tradições e expressões religiosas”.

“Procurarei levar uma palavra de entusiasmo e de ânimo a todos e sobretudo aos que mais sofrem” refere o prelado adiantando que a todos vai procurar “deixar uma palavra que ilumine as suas vidas” e “responda às suas interpelações”.

“Não levo nada premeditado. Vou numa atitude de escuta” esclarece, sublinhando que “o mundo da diáspora é desconhecido” para si. “Adivinho que os açorianos que estão na diáspora, nomeadamente na Califórnia, manifestam situações muito distintas”.

Sobre a festa de Nossa Senhora de Fátima, cujo novenário vai ser pregado pelo Pe Jacinto Bento, de São Pedro de Angra, adianta ao Sítio Igreja Açores que vai falar sobre a mensagem de Fátima e a sua atualidade, mas sem perder de vista a identidade açoriana presente na diáspora “como continuam fiéis às suas tradições, como vivem a sua prática cristã e como permanecem agarrados às suas festas tradicionais dos Açores”.

Para D. João Lavrador através das expressões religiosas e culturais os emigrantes “poderão estabelecer pontes de diálogo e de evangelização com os outros povos”.

O bispo de Angra, que deverá encontrar-se com alguns dos sacerdotes açorianos que exercem o ministério naquela zona, sublinha o trabalho que estão a desenvolver, sobretudo no que respeita à piedade popular, que como é sabido é um dos grandes temas das orientações diocesanas de pastoral para este ano novo ano.

“É a melhor ajuda que se poderá dar” frisa o prelado lembrando que lá como cá, “não se pretende regular a piedade popular mas sim, através de ações de formação ajudar a viver bem as referidas manifestações de piedade popular”. E, para isso desafia os santuários diocesanos, ligados à diáspora, a empenharem-se também nessa tarefa.

A diáspora hoje tem mais açorianos do que as ilhas têm residentes, o que para D. João Lavrador não pode ser descurado, até porque os que estão na emigração “continuam a ter uma relação profunda com a sua terra natal”.

“É dever da Igreja atender não só os cristãos que estão sediados nas suas paróquias de origem mas prestar ajuda para que as diversas comunidades cristãs na diáspora tenham a assistência religiosa necessária através de sacerdotes que se disponham a servir essas comunidades emigrantes” afirma D. João Lavrador.

“A Igreja embora se realize na diocese é católica e universal. Cada uma das dioceses deve viver a comunhão com todas as Igrejas. Com maior razão as dioceses cujos diocesanos estão espalhados pelo mundo têm a obrigação de estabelecer relação com eles e prestar-lhes a assistência necessária para os ajudar a viver a sua fé e a progredirem na sua integração social”, conclui.

As festas de Nossa Senhora de Fátima são promovidas pelos açorianos que residem em Turlock e reúnem um cartaz religioso e sócio-cultural, tal como as festas de paróquia que se realizam em terras insulares.

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