Bispos pedem soluções políticas «sem excessiva crispação»

Assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa analisou situação atual do país

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) apelou hoje à “cultura do diálogo” para que atual situação política em Portugal se resolva no “quadro constitucional, sem excessiva crispação sociopolítica, geradora de insegurança e desmotivação”.

“[Os bispos portugueses] apelam à cultura de diálogo e de encontro no respeito recíproco, à informação verdadeira e transparente, à sobreposição dos interesses nacionais acima dos particulares”, revela o Comunicado da assembleia plenária da CEP, que hoje terminou em Fátima.

No documento, o episcopado português apela também à “dignificação da política”, aos consensos nas questões fundamentais, “à reconciliação e à paz na diversidade, em que todos os cidadãos se sintam responsáveis”.

Perante o drama dos refugiados os Bispos de Portugal “continuam em sintonia” com os reiterados apelos do Papa Francisco e “reafirmam o dever do acolhimento em nome das raízes humanas e cristãs da Europa”.

Embora se congratulem com o trabalho desenvolvido por várias instituições nomeadamente a Plataforma de Apoio aos refugiados, onde se inscrevem várias organizações católicas, os Bispo manifestam, por outro lado, “a sua preocupação pelo atraso na recolocação dos 160 mil refugiados e recomendam às autoridades europeias e nacionais a maior celeridade na concretização deste processo”, pedindo que sejam acolhidos antes do frio do inverno, “acabando com a cena desumana destes novos pobres diante de muros de betão e de arame farpado”.

Os Bispos analisaram ainda as orientações de pastoral vindas do Sínodo sobre a família e, na sequência da visita “ad limina” dos prelados portugueses a Roma, em setembro passado, prometem continuar “o caminho da renovação “particularmente numa mais cuidada atenção pastoral à família e à comunidade, e num percurso catequético e formativo de acompanhamento das crianças, adolescentes e jovens”.

O Ano Santo da Misericórdia e as iniciativas que vão decorrer em toda a igreja portuguesa foram, por outro lado, tema de análise dos Bispos que querem dar “uma atenção maior” à “celebração do sacramento da Reconciliação, peregrinação à Catedral, valorização nda partilha e solidariedade, nas práticas das obras de misericórdia e nas catequeses sobre a misericórdia nos tempos fortes da liturgia”.

Foi, também, apresentado o ponto da situação do Observatório Social da Igreja, já com a identificação da grande maioria das organizações da ação social da Igreja.

Esta Plataforma consiste num sistema de informação a desenvolver gradualmente, o qual permitirá um diagnóstico do país o mais atualizado possível sobre a oferta e a procura de serviços sociais por parte das organizações e da sua capacidade de resposta aos problemas.

 

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