Bispos portugueses apelam ao voto “por uma Europa melhor”

Exercer o direito e o dever de votar, alerta a Conferência Episcopal Portuguesa.

Os Bispos portugueses consideram que as próximas eleições europeias, que se realizam a 25 de maio, constituem um “momento privilegiado para colaborar na construção de uma Europa melhor” e por isso apelam ao voto, numa NOTA PASTORAL sobre as eleições europeias a que o Portal da Diocese teve acesso esta quinta feira.

 

 

“Estas eleições, que marcarão o futuro da União Europeia nos próximos anos, devem ser encaradas como um momento privilegiado para colaborar na construção de uma Europa melhor”, diz a nota.

 

 

Os Bispos consideram que a Europa não é apenas um espaço geográfico mas uma comunidade de valores em construção, onde a dignidade humana e o respeito pelo outro devem estar sempre presentes.

 

 

“Numa visão realista do nosso Continente, dinamiza nos a esperança de uma Europa melhor, em que seja salvaguardada a vida humana desde conceção até morte natural, em que o desemprego não pareça um mal inevitável mas um desafio a responder sem adiamentos, em que as fronteiras não se fechem à solidariedade com os povos maltratados política e economicamente, em que o diálogo inter-religioso e intercultural seja o caminho de sentido único para uma paz justa e duradoura, em que o capital não se arvore em governo autocrático mas sirva a pessoa humana e o bem comum”.

 

 

Os Bispos alertam para o período de campanha eleitoral que se avizinha e lembram que o esclarecimento da opinião pública exige “propostas claras e realistas, evitando as falsas ilusões”.

 

 

“Precisamos de políticos responsáveis e competentes” sublinham os bispos que, na linha do que tem sido defendido pelo Papa Francisco, “sejam capazes de entrar num autêntico diálogo que vise efetivamente sanar as raízes profundas e não a aparência dos males do nosso mundo”.

 

 

“A política, tão denegrida, é uma sublime vocação, é uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum”, destacam os responsáveis pela igreja católica portuguesa lembrando que, para isso, é necessário eleger “políticos que tenham verdadeiramente a peito a sociedade, o povo, a vida dos pobres. É indispensável que os governantes e o poder financeiro levantem o olhar e alarguem as suas perspetivas, procurando que haja trabalho digno, instrução e cuidados de saúde para todos os cidadãos”.

 

 

Os Bispos consideram, ainda, que no ato de votar os eleitores cristãos têm o “dever de não trair a sua consciência, iluminada pelos critérios e valores do evangelho de Jesus. Importa, também agora, exercer a virtude da cidadania participativa, assumida como uma obrigação moral. Uma Europa melhor, que justamente desejamos, também depende de cada um de nós”, conclui a nota.

 

 

Por isso exortam todos os cristãos a exercerem o seu direito de voto.

 

 

“Neste ato eleitoral, com a responsabilidade pastoral que nos cabe como bispos católicos, exortamos à participação dos cristãos e de todos os que estão abertos a ouvir a nossa voz. O absentismo é uma arma perigosa que facilmente acaba por penalizar quem a usa.”

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