Capacidade evangelizadora dos santuários deve ser valorizada pela diocese

Santuários diocesanos assumem papel preponderante na pastoral do acolhimento, da fragilidade e da formação

Os reitores dos cinco santuários diocesanos dos Açores querem assumir um maior protagonismo pastoral e defendem que a visibilidade destes lugares de culto seja aproveitada e potenciada como uma mais valia na evangelização.

No final da reunião de dois dias, que sentou à mesma mesa, no Pico, no Santuário do Senhor Bom Jesus Milagroso, os cinco reitores dos santuários diocesanos- Santo Cristo dos Milagres(Ponta Delgada); Bom Jesus Milagroso(Pico); Santo Cristo da Caldeira(São Jorge); Nossa Senhora da Conceição(Terceira) e Nossa Senhora dos Milagres(Terceira)-, com a participação do bispo, D. João Lavrador, sublinharam a importância dos santuários na missão evangelizadora da Igreja.

E, embora com um estatuto canónico diferente de paróquia, os reitores destacaram que os santuários “dentro da teologia e pastoral da Diocese como Igreja Local exprimem uma oportunidade insubstituível para a evangelização do nosso tempo e das nossas ilhas hoje”. Por isso, constituem, segundo o comunicado final, lugares privilegiados para tornar visível algumas das grandes prioridades diocesanas, como é por exemplo este ano, a caminhada sinodal.

“Tornar a estruturação pastoral dos nossos Santuários, como potencias diárias de acolhimento, cada vez mais em estilo sinodal” e “visibilizar a caminhada sinodal na apresentação da sua temática nos Templos-Santuários , acentuando nos mesmos a oração das grandes intenções diocesanas, a oração pela caminhada diocesana, bem como utilizar os subsídios litúrgico-pastorais que chegarem da Comissão Diocesana” constituem alguns dos desafios evidenciados pelos reitores.

Neste sentido, e dentro dos tempos litúrgicos próprios, os santuários frisam a necessidade de “preparar e viver” a festa principal de cada Santuário em 2020 com o tema “A beleza de caminharmos juntos em Cristo – «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14,6)”, para os Santuários Cristológicos e “Com Maria a beleza de caminharmos juntos em Cristo”, para os Santuários Mariológicos.

Por outro lado, os reitores sublinham a necessidade dos santuários desempenharem um papel mais ativo na formação de leigos e futuros presbíteros. No primeiro aspecto, pretende-se “acentuar nos santuários, sempre na relação Ouvidorias/Paróquias, a componente formativa na iniciação ou re-iniciação cristã, ao ritmo da orientação diocesana, através da Pregação, Catequeses e Cursos” . Já no segundo aspecto, mais dirigido para a formação do clero e, com base na experiência adquirida pelo que tem feito o Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em Ponta Delgada, os restantes Santuários, dentro das suas possibilidades, “foram convidados a uma partilha económica, de teor diocesano, em função da formação dos futuros padres”.

A primeira parte do encontro de dois dias- a 1 e 12 de fevereiro- foi feita da partilha dos Reitores sobre a vida dos Santuários Diocesanos, sobretudo sobre a maneira como a caminhada sinodal tem sido vivenciada nos mesmos, neste ano pastoral de 2019/2020. Destaque nesta partilha, para o modo como estas instâncias de acolhimento na Diocese, “têm recebido e acompanhado, os que tocados pelas fragilidades humanas e desventuras de hoje ali vão; bem como a orgânica pastoral que se tem tornado mais adequada para a apresentação da proposta cristã nos Açores na geografia humana e eclesial das Vigararias Episcopais diocesanas”.

Estas decisões dos reitores dos santuários resultam de uma articulada reflexão sobre a Carta Apostólica do papa Francisco, em forma de Motu Proprio “Sanctuarium in Eccclesia” e o discurso aos participantes no Simpósio Internacional para Reitores e Colaboradores de Santuários, com as orientações diocesanas insulares.

O Encontro de Reitores, que se celebrou também com momentos de oração, sobretudo com a festa de Nossa Senhora de Lourdes, realizada na Matriz das Lajes do Pico, iniciou-se e terminou com a palavra do Prelado Diocesano que, apelando à renovação pastoral no presente e no futuro, “não deixou de nos fazer sintonizar com as vivências dos grandes problemas da Igreja actual, bem como no estímulo para que os nossos Santuários sintonizem sempre com as realidades de vida do nosso povo” sublinham ainda os reitores no comunicado enviado ao Igreja Açores.

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