Cáritas Portuguesa cria conta solidária de «ajuda» à Madeira

Chamas já causaram pelo menos quatro mortos, dois feridos graves e mais de mil desalojados

A Cáritas Portuguesa abriu uma conta solidária de emergência para apoiar as populações atingidas pelos incêndios no Funchal, no Arquipélago da Madeira, que já causaram pelo menos três mortos, dois feridos graves e mais de mil desalojados.

Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, presidente da Cáritas Portuguesa, explica que a conta ‘Cáritas ajuda a Madeira’, com o número 0035 0697 0059 7240130 28, da Caixa Geral de Depósitos (CGD) tem como objetivo “agilizar o apoio de emergência necessário” às pessoas nesta “hora de aflição”.

Eugénio Fonseca frisa que a “dimensão dantesca” dos incêndios em Portugal, em especial no norte do país e na região madeirense do Funchal, “exige gestos concretos” que não se podem esgotar em declarações avulsas de responsáveis políticos mas que terão de ser “uma demonstração inequívoca de solidariedade nacional”, de que existe efetivamente preocupação “uns com os outros”.

“É nos momentos de infortúnio e nas tragédias que se vê a real dimensão da solidariedade de um povo”, sublinha o responsável do braço caritativo da Igreja Católica.

O presidente da Cáritas Portuguesa constata que a situação atual de fogos “é, infelizmente, uma quase rotina” os meses de verão, quase todos os anos, serem marcados por incêndios que “destroem parte da floresta e que reduzem a cinzas” essa riqueza nacional.

“Há que dizer basta! As autoridades têm o dever de descobrir os responsáveis por estes atos criminosos para que possam ser exemplarmente punidos”, acrescenta Eugénio Fonseca que considera ser fundamental que a questão da defesa da floresta “seja encarada como uma prioridade” em Portugal.

No comunicado a Cáritas Portuguesa manifesta também o seu “mais profundo reconhecimento público” pelo trabalho “generoso e heroico” dos bombeiros que, de norte a sul, têm combatido os incêndios até à exaustão e “arriscando, quase sempre, a própria vida”.

Entretanto o bispo do Funchal publicou uma mensagem de ‘solidariedade e ajuda fraterna’ sobre os incêndios deste verão, ao mesmo tempo que visita as famílias alojadas no Quartel Militar RG3, em São Martinho.

Segundo informações divulgadas há momentos à Agência ECCLESIA, pela Diocese do Funchal, D. António Carrilho encontra-se no Quartel Militar RG3, em São Martinho, a visitar as famílias que foram acolhidas nesse espaço, depois de terem sido desalojadas das suas casas por causa dos incêndios.

Na mensagem “a propósito dos incêndios deste verão”, o prelado expressa “solidariedade e fraterna comunhão” para com os que estão a ser “atingidos e mais sofrem” com essa calamidade, “sobretudo os que perderam as suas habitações e todos os seus haveres”.

“A nossa solidariedade é, afinal, para com toda a população da Madeira, profundamente chocada e impotente para resolver, de forma satisfatória, um problema de tão grandes proporções e consequências ainda imprevisíveis para a vida pessoal, social e económica de tanta gente”, acrescenta o prelado.

Contudo, o bispo do Funchal considera que “não” pode deixar de transmitir uma mensagem “de fé e de esperança cristãs” que têm constituído “elementos importantes de ânimo, de coragem e de estímulo à superação de situações graves e difíceis”, em diversas ocasiões.

 D. António Carrilho também manifesta “apreço e gratidão” por todos que se empenham no combate aos incêndios, nomeadamente aos “soldados da paz” [bombeiros] que, “sem descanso”, têm colocado “toda a sua força e determinação” para levar “normalidade, serenidade e um horizonte de esperança” para a ilha do Arquipélago da Madeira.

O bispo diocesano destaca que a Igreja Católica através da Cáritas local “mais uma vez se colocou no terreno”, procurando prestar “todo o apoio às necessidades das populações mais afetadas” pelas chamas.

De recordar que a Cáritas Diocesana do Funchal tem estado empenhada na ajuda às populações e levou roupa e alimentos a 300 pessoas desalojadas.

Segundo a página online da Autoridade Nacional de Proteção Civil, existem neste momento, em território continental ,  120 fogos ativos que envolvem 3520 operacionais, 1038 meios terrestres e 32 meios aéreos.

Os distritos mais afetados neste momento são o Porto, Viana do Castelo, Viseu e Aveiro.

(Com Ecclesia)

 

 

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