Casa de Saúde do Espírito Santo inicia semana aberta para discutir saúde mental no arquipélago

Iniciativa insere-se nas comemorações do centenário do falecimento de São bento menni, fundador do Instituto das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus

A Casa de Saúde do Espírito Santo, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, inicia hoje o projecto “Semana Aberta- um espaço aberto á comunidade”, cujo principal objetivo é centrar as atenções na problemática da saúde mental no arquipélago.

A iniciativa promovida pelo Instituto das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, responsáveis pela gestão desta instituição e pela Casa de Saúde de Nossa Senhora da Conceição em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, insere-se no âmbito das comemorações do centenário da morte do seu fundador, São Bento Menni.

Este evento foi projetado com o objetivo de “sensibilizar a comunidade para a problemática da doença mental e envelhecimento, contribuindo para o reconhecimento do Centro como Instituição que presta cuidados assistenciais à pessoa com doença mental” refere em declarações ao Sítio Igreja Açores a superiora do Instituto em Angra do Heroísmo, a Irmã Lucia Reduto.

A semana que hoje começa e que se prolonga até dia 24 de outubro é preenchida com conferências da parte da manhã, workshops e atividades lúdico-culturais da parte da tarde.

“Este evento pretende promover a redução do estigma, da discriminação e da desigualdade social na doença mental , sensibilizando para hábitos de vida mais saudáveis” acrescenta.

A semana inicia-se com um debate sobre a “Saúde Mental que futuro” com a participação de Margarida Moniz, com um retrato da saúde mental nos Açores, seguido de uma intervenção da Irmã Paula Carneiro do Instituto das Irmãs Hosiptaleiras do Sagrado Coração de Jesus que traçará o quadro da saúde mental no país.

Questões como a ética e a deontologia em saúde mental, a importância da reabilitação, Autonomia/ responsabilidade e compromisso em saúde mental, a resposta dos hospitais de dia, a reintegração dos doentes mentais, o seu acompanhamento e o envelhecimento com saúde, serão abordadas ao longa da semana com a participação de especialistas da casa e da comunidade.

Paralelamente, decorrem várias oficinas temáticas , umas de natureza cultural; outras de estimulo cognitivo-motor; outras mais viradas para a autonomia dos doentes mentais; visitas de estudos das escolas de Angra, nomeadamente do Colégio de Santa Clara e da Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo; um festival de sopas e, esta tarde, realiza-se uma peça de teatro sobre a história da Congregação.

“Este evento constitui uma mais-valia em termos de intervenção na mudança de mentalidades e estereótipos, na medida em que, procura dinamizar atividades que estimulem o envolvimento da comunidade, sendo a interação com outras pessoas e estimulação das utentes uma forma impulsionadora do bem-estar físico-psico-social”, refere a responsável.

Presente nos Açores desde 1967, o Instituto das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus gere atualmente duas casas de saúde destinadas a mulheres com problemas do foro psiquitátrico.

No total são 11 as irmãs que lidam dirariamente com esta problemática, trabalhando em conjunto com técnicos e auxiliares devidamente formados nas diferentes áreas da saúde mental.

“Através do nosso modelo de intervenção hospitaleiro, que é multidisciplinar e integral, apostamos na reabilitação da pessoa com doença mental, desde programas de ocupação à reabilitação psicossocial com intervenção na comunidade”, refere a Irmã Lúcia Reduto.

Refira-se que estes estabelecimentos hospitaleiros- Casa de Saúde do espirito Santo e Casa de Saúde Nossa Senhora da Conceição- obtiveram recentemente o reconhecimento e certificação da qualidade dos Serviços Sociais (EQUASS Assurance), pela prestação de cuidados de saúde com um elevado padrão de conforto, satisfação, segurança e qualidade.

Para a Superiora do Instituto existem problemas acrescidos na sociedade de hoje que contribuem para um agravamento da situação da saúde mental.

“Atualmente existem fragilidades como a ausência de família, de afetos muito superficiais” que são fatores que podem “contribuir para o desenvolvimento de doenças mentais, quer sejam depressões ou outra tipologia de doença. A nossa sociedade tem lidado mal com as situações de limite e fragilidade, o próprio ritmo da sociedade promove o isolamento dos idosos e a ausência da família”, refere a Irmã Lúcia Reduto.

“As estruturas da Igreja, nomeadamente o Instituto das Irmãs Hospitaleiras tem estado particularmente atenta a estas situações emergentes e tem procurado dar uma resposta atual e de qualidade no campo da saúde, sobretudo da saúde mental”, conclui.

Além desta semana aberta, o Instituto vai realizar, em parceria com os irmãos de São joão de Deus, que dão apoio a estas doenças junto dos homens, uma celebração Eucarística no exterior das Instituições, em S. Miguel e na Terceira, para toda a Comunidade Hospitaleira dos dois Centros – Utentes, Familiares, Colaboradores, Voluntários, e Irmãs- , aberta a toda a comunidade, para celebrar o centenário da morte de São Bento Menni.

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