Católicos, judeus e muçulmanos unidos em declaração contra a eutanásia

Documento foi assinado no Vaticano

O Vaticano acolheu hoje a cerimónia de assinatura de uma declaração conjunta de católicos, judeus e muçulmanos contra a eutanásia e o suicídio medicamente assistido, apelando à sua proibição, “sem exceções”.

Os representantes das religiões monoteístas abraâmicas manifestam a sua oposição “todas as formas de eutanásia”, consideradas como ações “completamente em contradição com o valor da vida humana” e “erradas do ponto de vista moral e religioso”.

O texto, divulgado pela Santa Sé, considera que a sociedade deve garantir “que o desejo do paciente de não ser um fardo do ponto de vista financeiro” não o leve a escolher a morte, “em vez de querer receber os cuidados e o apoio que lhe permitam viver o tempo que lhe resta em conforto e tranquilidade ”.

O Papa Francisco encontrou-se, em audiência privada, com os signatários da “Declaração Conjunta das Religiões Monoteístas Abraâmicas sobre Questões do Fim de Vida”.

O texto assinado esta manhã procura “apresentar a posição das religiões monoteístas abraâmicas em relação aos valores e práticas relevantes para os doentes terminais, em benefício de pacientes, familiares, profissionais de saúde e líderes políticos”.

Os representantes das três religiões admitem que a sobrevivência prolongada é “frequentemente acompanhada de sofrimento e dor devido a disfunções orgânicas, mentais e emocionais”, envolvendo questões que são de ordem “religiosa, social, ética, legal e cultural”.

O documento apela à promoção dos cuidados paliativos, em várias dimensões: física, emocional, social, religiosa e espiritual.

O setor relativamente novo dos cuidados paliativos fez grandes progressos e é capaz de oferecer apoio completo e eficaz aos pacientes em fase terminal e às suas famílias. Portanto, apoiamos os cuidados paliativos para o doente e a sua família, na fase final da vida”.

declaração manifesta-se ainda contra o chamado encarniçamento terapêutico, considerando legítima a “decisão de recusar tratamentos médicos que não fariam nada além de prolongar uma vida precária, gravosa e sofrida”.

Este sábado, a Associação Médica Mundial reafirmou a sua oposição à eutanásia e ao suicídio medicamente assistido, após a assembleia anual que decorreu na Geórgia, sustentando que “nenhum médico deve ser obrigado a tomar decisões de encaminhamento para esse fim”.

Em Portugal, o debate sobre a eutanásia está de regresso na nova legislatura, com um projeto-lei do Bloco de Esquerda que visa despenalizar a prática.

(Com Ecclesia)

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