“Combater a pobreza: Retratos e Soluções”: conferência promove debate sobre a situação açoriana no pós pandemia

A Iniciativa é do Conselho Económico e Social dos Açores e acontece esta quarta-feira, dia 30 de março

O Conselho Económico e Social dos Açores (CESA) promove esta quarta-feira, no Teatro Micaelense, a conferência intitulada “Combater a pobreza: retratos e soluções”.

“A pobreza é um problema central entre os desafios ao desenvolvimento açoriano por três fatores interligados. O primeiro respeita ao elevado número de indivíduos nestas circunstâncias. O segundo fator está associado ao seu efeito transversal na sociedade já que a pobreza afeta crianças, adultos e idosos, homens e mulheres, trabalhadores e desempregados, sem esquecer todo o tipo de indivíduos em situação de vulnerabilidade como as pessoas com deficiência, famílias monoparentais femininas ou famílias com três ou mais crianças. O terceiro fator, que torna a pobreza um problema central no desenvolvimento açoriano fundamenta-se na sua associação com outras questões muito relevantes: desde logo a esperança de vida ao nascer, a escolaridade e a escolarização, a inserção no mercado de trabalho, em particular a questão dos vínculos e da informalidade (trabalho sem descontos e direitos), a produtividade dos trabalhadores e das empresas, a conciliação família-trabalho” refere uma nota enviada ao Igreja Açores pelo CESA.

De acordo com os últimos dados (2020) uma em cada cinco pessoas (21,9%), ou seja, sensivelmente 50 mil pessoas vive em situação de pobreza nos Açores.

“Compreender a pobreza e combatê-la são dois objetivos complexos e interligados que exigem abordagens que se caracterizam por serem de longo prazo, estruturais e plurisectoriais. Sem se esquecer a importância de políticas que consigam socorrer os indivíduos no curto prazo” refere a nota .

“A complexidade da questão, o seu impacto na sociedade açoriana e as suas transformações obrigam a um permanente reequacionar do problema e das soluções”, prossegue a nota sublinhando os constrangimentos provocados pela pandemia da Covid-19 e agora pela guerra na Ucrânia, situações que “irão afectar os mais pobres”.

Depois da sessão de abertura existirão três painéis e duas mesas redondas, onde a pobreza irá ser escalpelizada em todas as suas dimensões.

Carlos farinha Rodrigues, professor associado do Instituto Superior de Economia e Gestão, da Universidade de Lisboa falará sobre as Transformações e persistências da pobreza em Portugal. Segue-se outra conferência por Renato Carmo, professor o ISCTE sobre as desigualdades sociais em Portugal e um debate sobre a pobreza e desafios ao desenvolvimento dos Açores com Piedade Lalanda, professora da Universidade dos Açores, Fernando Diogo, investigador desta temática e presidente da Comissão Especializada Permanente dos Sectores Sociais do CESA e Mário Fortuna, Professor Catedrático da Universidade dos Açores e Presidente da Comissão Especializada Permanente de Economia e Desenvolvimento do CESA.

Da parte da tarde, na primeira mesa redonda com Propostas para o combate à pobreza nos Açores na perspetiva técnica todos estes intervenientes irão dar o seu contributo; segue-se uma segunda mesa redonda com o mesmo objectivo mas agora com contributos de deputados da Assembleia Legislativa dos Açores.

Em declarações à Agência Lusa, o presidente do Conselho Económico e Social dos Açores), Gualter Furtado, afirmou que aquele órgão pretende promover um “combate sem tréguas à pobreza” do arquipélago e uma revisão da lei das finanças regionais.

O economista considerou ainda o “despovoamento” e a carência de “recursos humanos” como “desafios estruturantes” do arquipélago.

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