Comissão Diocesana Justiça e Paz apela à participação nas eleições europeias em nome do fortalecimento da democracia

Organismo da Igreja católica alerta para problemas atuais da Europa como o envelhecimento demográfico, os populismos e os conflitos sociais

A Comissão Diocesana Justiça e Paz apela aos Açorianos para no próximo domingo exercerem o seu “direito e dever” de votar participando de forma expressiva no ato eleitoral em nome do reforço da democracia, contra os populismos e os movimentos eurocéticos.

Numa nota enviada ao Igreja Açores, este organismo da igreja católica insular sublinha que face aos problemas atuais é preciso que os açorianos se expressem de forma “consciente” e que “não embarquem em medidas populistas que criam mais barreiras do que pontes”.

“A Comissão Diocesana Justiça e Paz apela, por isso, a todos os cidadãos a que exerçam conscientemente o seu direito de voto. Apela também à comunidade política que se empenhe nestas eleições europeias e que, de uma forma honesta, clara e equilibrada, contribua para formar e informar os cidadãos eleitores sobre os reais objetivos e propostas que pretendem apresentar aos eleitores”, lê-se na nota difundida pela Comissão Diocesana Justiça e Paz.

O organismo sublinha ainda o “momento particular” que se vive na União Europeia- o Brexit, o discurso de movimentos eurocéticos, a crise dos refugiados, os independentismos ou o aparecimento de novas expressões político-partidárias, o envelhecimento demográfico, os conflitos sociais ou a deficiente mobilidade social- que “merecem a reflexão consciente e objetiva de todos os cidadãos”.

São questões que devem merecer por parte dos cidadãos europeus “ novas soluções políticas centradas na defesa da dignidade humana”, fora do alcance de “medidas populistas que criam mais barreiras do que pontes”.

“A crise de confiança no projeto da União Europeia que se sente atualmente só pode ser superada com o esforço comum de todas as entidades envolvidas, particularmente a comunidade política, que se deve empenhar na valorização do património humanista, de raiz cristã, que inspirou o surgimento desta ideia de Europa” refere ainda a nota.

A Comissão Diocesana Justiça e Paz lembra que a Europa deve ser um “espaço único de empenho pela justiça social e direitos humanos, pela cultura e respeito pelas diferenças de cada região ou país, não se podendo resumir apenas a uma associação com fins económicos.”

Por isso, “aos que vierem a ser eleitos em Portugal apelamos a um verdadeiro e determinado compromisso na defesa de uma Europa aberta ao mundo, para que esta não se transforme numa fortaleza alheia aos problemas que se vivem à sua volta”.

“Como cristãos, somos convidados a olhar este processo democrático à luz do Evangelho e da mensagem de Jesus, para que valores como a paz, a liberdade e o bem de todos sejam, com a ajuda da nossa escolha, realidades cada vez mais consolidadas”, conclui a nota deste organismo laical da Diocese de Angra, liderado pelo Professor Aurélio da Fonseca e assistido pelo Pe. José Júlio Rocha.

A Comissão Diocesana Justiça e Paz foi nomeada por decreto episcopal no dia 18 de dezembro de 2018 e é composta por elementos das ilhas de São Miguel, Terceira e Faial.

 

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