Coro e orquestra da JMJ juntaram-se pela primeira vez sob a batuta de Joana Carneiro

Foto: Agência Ecclesia/LS
Maestrina expressou “grande emoção” por dirigir o grupo que vai tocar e cantar cerca de cinco dezenas de músicas nas cinco celebrações para todos os participantes da jornada, entre os dias 1 e 6 de agosto. Há três açorianos neste coro

 

“Neste primeiro momento, o ensaio em que juntamos coro e orquestra, senti muita emoção, senti o trabalho de tanta gente que começou hoje na sua totalidade e a culminar neste momento maravilhoso”, explica em declarações à Agência Ecclesia, em momento de intervalo do ensaio.

A maestrina descreveu uma “alegria enorme” por poder participar deste forma no encontro mundial e sente-se “uma privilegiada” por integrar este “grande momento de espiritualidade

“É uma alegria enorme! A música inspira-nos! Todas as pessoas que contribuíram para isto, os compositores, a produção, quem imaginou os programas, todos os que contribuíram… Eu acho que a música é sempre forma de chegarmos a uma espiritualidade e nesta, escrita para o evento de cariz espiritual, cristão e de unidade, ainda mais sentimos isso”.

Joana Carneiro, que esteve presente no encontro com os artistas quando o Papa Bento XVI visitou Portugal, em 2010, conta agora com uma nova oportunidade de “dar o seu melhor”, realidade que sente como “milagre do nosso tempo”.

“Quando fui abordada para este evento tive a sensação que me estava ser dada uma honra enorme. O que tenho de fazer é dar o meu melhor… Primeiro a gratidão que sinto e tenho de fazer um bom trabalho, para que todos se sintam orgulhosos do evento”, indica.

A orquestra JMJ Lisboa 2023 é formada por cerca de 100 músicos “maioritariamente profissionais e estudantes do ensino superior” e provenientes de “várias escolas, universidades, orquestras e bandas de todo o país” e o coro é constituído por cerca de 200 elementos de todo o país, que representam 18 dioceses.

“Eu acho maravilhoso ver estas gerações. Estou aqui a rever pessoas que não via há mais de 20 anos, outras que eu quase vi nascer e é tão bom ver estas gerações juntas! Que bom é trazer esta geração para esta orquestra, para o nosso coro, esta geração que, com certeza, vai dar um futuro muito bom à música e à música litúrgica em Portugal”, conclui.

Com um reportório extenso para abranger as cinco celebrações que vão marcar a JMJ Lisboa 2023, a orquestra e o coro vão interpretar cerca de 50 cânticos, incluindo o hino do encontro “Há pressa no ar”.

Entre os músicos e coralistas há açorianos.

Laura Ferreira, de 26 anos, é uma das 200 vozes deste mega coro que quer ser como “uma família”.

“Desde as Jornadas Mundiais da Juventude de 2016, na Polónia, que o meu desejo era integrar o coro de uma futura JMJ,  para poder vivenciar a minha Fé com pessoas de todo o mundo” afirmou em declarações ao Sítio Igreja Açores.

A paixão pela música e a fé andaram sempre de mãos dadas. Pertenceu ao coro da paróquia de Nossa Senhora da Saúde, nos Arrifes, nomeadamente ao coro jovem do Grupo Caminhantes e, mais tarde em 2016, já com o 8º grau do Conservatório concluído, e depois de ter sido coralista no Coro de São José, dirigiu durante dois anos o coro juvenil do Santuário do Senhor Santo Cristo.

Esta será a segunda Jornada Mundial da Juventude, mas será vivida de “modo diferente” assegura, visto que será “uma alegria imensa por ser em Portugal e, porque, pela primeira vez, farei parte do coro das JMJ”.

A primeira Jornada que viveu como peregrina foi em 2016 em Cracóvia, na Polónia.

“Fomos um grupo de 6 pessoas provenientes da paróquia de Nossa Senhora da Saúde e juntámo-nos com o grupo das Dioceses de Lamego e Vila Real. Realizámos as pré-jornadas em Gaszowice onde fomos acolhidos por famílias locais durante 5 dias. Assistimos a Eucaristias todos os dias, participámos em via sacras, como também visitámos locais emblemáticos daquela região, nomeadamente o campo de concentração de Auschwitz. Tivemos, assim, uma imersão cultural em absoluto naquele país” adianta recordando o encontro com o grupo da ilha Terceira, que se tinha unido à diocese do Algarve.

“Se nas pré-jornadas pudemos confraternizar com pessoas de todos os lugares e visitar locais emblemáticos, nas jornadas vivenciámos a nossa Fé. Já era visível o cansaço físico nos nossos corpos, após andar quilómetros, para participarmos nos eventos oficiais das JMJ. No entanto sentíamo-nos renovados com uma alegria, amor e paz imensa por estarmos ali junto ao Papa Francisco e a milhões de jovens de todo o mundo, a falar a mesma língua, Jesus” afirma com entusiasmo.

Por isso, deixa um apelo aos jovens dos Açores: “a jornada não é um retiro, é muito mais do que isso… se tens oportunidade para ir é uma vivência única que só se experiencia apenas uma vez, pois cada jornada é diferente”, afirma.

”Sou uma abençoada por poder participar num evento religioso desta dimensão, ser membro de um coro com jovens que partilham comigo o mesmo sonho, estar em Lisboa a viver e poder dar a minha voz ao serviço da Igreja. Sei que muitos não participaram no coro devido à nossa condição de insularidade, pois sabemos a dificuldade que é deslocarmo-nos a Lisboa todos os meses para termos ensaios” adianta ainda.

Depois do ensaio deste fim-de-semana, a JMJ Lisboa 2023 prevê novos ensaios conjuntos nos meses de junho e julho.

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