Cristo Ressuscitado é a única esperança para destruir o mal e o pecado, diz D. João Lavrador

Bispo de Angra presidiu à Vigília na Catedral e batizou uma jovem adulta de 18 anos

A ressurreição de Jesus Cristo é o único antídoto contra o mal, o pecado e a morte, afirmou esta noite na homilia da Vigília Pascal o bispo de Angra.

“Na verdade o mal, o pecado e a morte só pela ressurreição do Filho de Deus serão destruídos” afirmou D. João Lavrador.

“Por isso, a novidade surpreendente da ressurreição, que requere a sintonia com o Amor de Deus e o Seu poder, pode projetar esperança perante uma sociedade e uma cultura que continua a mover-se imersa em sinais de morte e de desespero”, acrescentou.

Falando perante uma assembleia de centenas de pessoas que participaram na Sé de Angra naquela que é a mais importante celebração do calendário cristão, que assinala a ressurreição de Jesus, elemento central da fé, o bispo de Angra deteve-se numa explicação sobre as quatro liturgias: a da luz em sinal de alegria, com a bênção do lume novo e o Círio; a da Palavra, que compreende nove leituras, sete do Antigo Testamento e duas do Novo Testamento, com o canto do Glória e do Aleluia; a Batismal e a Eucarística, sublinhando o que elas representam no itinerário de cada cristão.

“Hoje somos convidados a aprofundar em nós o valor da nossa condição de baptizados, sacramento que nos leva a saborear a vida nova do Ressuscitado e a configurar a nossa vida com o mistério pascal de Cristo”, referiu o prelado.

“É verdadeiramente como baptizados e membros activos de uma comunidade de discípulos que somos convidados a percorrer o mesmo caminho que nos é descrito no Evangelho e que foi aberto pela primeira vez por algumas mulheres” afirmou destacando que “A ressurreição de Jesus Cristo, é um desafio profundo à inteligência humana e ao exercício dos poderes do mundo”.

Por outro lado, o prelado sublinhou a importância de cada cristão, através do batismo, ser mandatado para sair em missão.

“A necessidade de sermos anunciadores e testemunhas desta novidade e a certeza que Jesus Cristo Ressuscitado nos precede sempre onde somos enviados em missão evangelizadora é algo de fundamental que se depreende da experiência do Ressuscitado e da nossa condição de baptizados e membros de uma comunidade de discípulos” afirmou.

“Nesta noite, tão significativa para a nossa vivência de cristãos, lembro o lema que norteia a vida pastoral da nossa diocese, ao longo deste ano, e que refere «comunidade evangelizada em comunhão missionária»”.

“A ressurreição de Jesus Cristo dá o verdadeiro fundamento para este apelo que nos é feito a partir da comunidade diocesana”, concluiu D. João Lavrador que batizou uma jovem adulta na Vigília Pascal a que presidiu na catedral diocesana.

Esta é uma celebração mais longa do que habitual, em que são proclamadas mais passagens da Bíblia do que as três habitualmente lidas aos domingos, continuando com uma celebração batismal e a comunhão.

A vigília começou com um ritual do fogo e da luz que evoca a ressurreição de Jesus; o círio pascal foi abençoado, antes de o presidente da celebração inscrever a primeira e a última letra do alfabeto grego (alfa e ómega), e inserir cinco grãos de incenso, em memória das cinco chagas da crucifixão de Cristo.

A inscrição das letras e do ano no círio são acompanhadas pela recitação da fórmula em latim ‘Christus heri et hodie, Principium et Finis, Alpha et Omega. Ipsius sunt tempora et sæcula. Ipsi gloria et imperium per universa æternitatis sæcula’ (Cristo ontem e hoje, princípio e fim, alfa e ómega. Dele são os tempos e os séculos. A Ele a glória e o poder por todos os séculos, eternamente).

O ‘aleluia’, suprimido no tempo da Quaresma, reapareceu em vários momentos da missa como sinal de alegria.

A celebração articulou-se em quatro partes: a liturgia da luz ou “lucernário”; a liturgia da Palavra; a liturgia batismal; a liturgia eucarística.

A liturgia da luz consistiu na bênção do fogo, na preparação do círio e na proclamação do precónio pascal.

A liturgia da Palavra propôs sete leituras do Antigo Testamento, que recordam “as maravilhas de Deus na história da salvação” e duas do Novo Testamento: o anúncio da Ressurreição segundo os três Evangelhos sinópticos (Marcos, Mateus e Lucas), e a leitura apostólica sobre o Batismo cristão.

A liturgia batismal foi parte integrante da celebração com o batismo de crianças e de um adulto.

Do programa ritual constou, ainda, o canto da ladainha dos santos, a bênção da água, a aspersão de toda a assembleia com a água benta e a oração universal.

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