D. Armando Esteves afirma que é pela oração que se mantém viva a esperança

Foto: Igreja Açores/RH

Bispo de Angra preside à vigília pela vida consagrada no Santuário de Nossa Senhora da Conceição em Angra, e diz que consagrados “têm carisma para a missão”

A Vigília de Oração pela vida consagrada na diocese de Angra decorreu esta noite no Santuário de Nossa Senhora da Conceição, em Angra do Heroísmo e, na reflexão que proferiu, o bispo insular sublinhou a importância da oração como o “fio de ouro que liga a vida toda e a sustém”.

“Falar na vida consagrada é falar do que a fortalece: a oração, a entrega a Deus. A oração deve constituir um fio de ouro que liga a vida toda; quem dera que fosse como um rio subterrâneo que só de quando em vez emerge à superfície,  permanece sempre escondido mas está sempre presente e flui silencioso” disse D. Armando Esteves Domingues.

O prelado destacou o valor da oração silenciosa e o seu poder intercessor.

“A oração pode comparar-se ao húmus que alimenta a vida de uma floresta inteira. Para muitos de nós tem um aspecto discreto e simples, que não aparece em primeiro plano mas está lá” por detrás de outras “dimensões que o mundo vê: a atenção que temos aos irmãos, se calhar o amor recíproco que alimenta e fortalece a comunidade, o diálogo e a escuta” afirmou.

“Sem oração não há vida cristã nem essa vida se mantém de pé” enfatizou deixando um apelo a que a oração seja “o fio que une tudo, que sustenta e ilumina, e não deixa morrer a esperança”.

“A oração nunca deixa morrer a esperança e também fortalece quem caminha. A oração é o alimento do peregrino” disse ainda referindo-se aos textos utilizados durante a Vigília e que faziam ressonância da mensagem do Papa Francisco para o Jubileu da Esperança em 2025.

“Por onde anda a nossa esperança? Enterrada nos sofrimentos e provas do mundo, conturbado por tantas convulsões e incertezas, como as que resultaram da pandemia, as crises económicas, as guerras, novos extremismos e nacionalismos e, nos Açores, também a sede vacante” ou “Naquele que Simeão mostra levantado ao alto, levado em braços?” interpelou D. Armando Esteves Domingues, desafiando, ao mesmo tempo, os cristãos em geral, e os consagrados em particular, a fazerem de Deus “o tudo da sua vida”.

“Faz-nos bem dizer na oração Tu és o meu Deus” e “depois, quem sabe, dizer Deus é tudo e se não o é, gostaria que se tornasse” disse ainda pedindo fidelidade ao carisma dos fundadores mas igual atenção aos dons que Deus dá na vida quotidiana para levar por diante a missão.

“Se for, levaremos também nós a novidade de Deus à história humana”, frisou.

“Caríssimos consagrados, Deus viu-vos, enriqueceu-vos com essa veste especial que é também o dom de um carisma que prepara para a missão.  Encontrar Jesus faz relativizar tudo o resto. Quanto precisamos deste testemunho vivo: quem grite de alegria por ter o menino nos braços e que fale da alegria de ter esse menino”.

“É preciso alargar a tenda, alargar o coração e o campo da missão para sermos peregrinos da esperança, gente que alarga a tenda no âmbito das suas preocupações, recuperando o sentido da fraternidade universal”.

Esta quinta-feira a igreja celebra a Festa da Apresentação do Senhor, que é também o Dia da Vida Consagrada.

O prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica (Santa Sé) dedicou a mensagem para este dia à “missão”, convidando a “alargar a tenda”, “uma atitude no centro da ação missionária” como lembra o Sínodo.

“A missão alarga o espaço de nossa tenda e ensina-nos a crescer em sincera harmonia, fortalecendo os nossos laços, caminhando juntos, com a solicitude de Maria e com a sua profunda alegria”, escreve D. João Braz de Aviz.

Na mensagem para Dia Mundial da Vida Consagrada (2 de fevereiro), o cardeal brasileiro explica que, para viver a missão “à maneira de Deus, como vida consagrada”, é necessário o “sopro do Espírito, que oxigena a consagração, que alarga a tenda”.

“A missão leva-nos à plenitude da nossa vocação cristã, dá-nos a oportunidade de retornar ao estilo de Deus que ‘é proximidade, compaixão e ternura’ que se expressa em palavras, em presença, em laços de amizade. Não podemos nos separar da vida”.

O responsável da Santa Sé salienta que os consagrados e consagradas sempre assumiram “os mesmos sentimentos de Jesus, que os levaram a dar a vida pelos irmãos”, o que é “mais eloquente do que qualquer discurso sobre missão”.

“Junto deles está também o sangue derramado pelas vítimas da guerra, da violência, da fome e da injustiça”, assinala.

Segundo o cardeal D. João Braz de Aviz, Deus continua a chamar a consagrarem as suas vidas “nas diversas expressões” que se complementam e enriquecem mutuamente, e que “são acima de tudo um dom para a Igreja”.

Os Institutos de vida consagrada – religiosos, monásticos, contemplativos, seculares, novos institutos, a Ordem das Virgens, os eremitas – e as sociedades de vida apostólica expressam “o conjunto da vida consagrada que traduz o Evangelho numa forma particular de vida”, sabe ler os sinais dos tempos “com os olhos da fé”, e procura responder com “fidelidade dinâmica às necessidades da Igreja e do mundo”.

Foto: Igreja Açores/RH
Foto: Igreja Açores/RH

 

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