D. Francisco Senra Coelho diz que a fé é “a melhor herança” que os pais podem deixar aos filhos

Bispo auxiliar da arquidiocese de Braga presidiu à concelebração eucarística das festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres

A Fé “é a melhor herança que os pais podem deixar aos filhos” disse esta manhã o Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Braga na concelebração eucarística, um dos momentos centrais da Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres que decorrem em Ponta Delgada, nos Açores, desde sexta feira.

“A melhor herança que os pais podem deixar aos filhos é a fé porque é uma riqueza que dá sentido à vida, revela a grandeza de sermos filhos de Deus, nos dá esperança e nos desafia a trazer a salvação ao mundo”, disse D. Francisco Senra Coelho sublinhando a importância do “testemunho pessoal dos pais e dos avós não pela teoria mas pelos atos”.

“Transmite melhor a fé não o que sabe mais mas o que viver mais coerentemente de acordo com a sua fé”, frisou o prelado destacando que, neste tempo de “relativismo e de subjetivismo”, que facilitam a “globalização da indiferença” marcada pela “perda dos valores da pessoa humana, crescente vazio interior e o dramático sentimento de solidão, que a família deve sentir os apelos permanentes para ser a principal transmissora da fé”.

“A fé: confiança no Caminho da Salvação” é, de resto, o tema central destas festas que reúnem , especialmente durante este fim de semana, milhares de açorianos residentes nas nove ilhas dos Açores e nas diásporas que não foram esquecidos por D. Francisco Senra Coelho que depois de sublinhar a centralidade da família, destacou também a amizade como “espaço natural” de transmissão  e aprendizagem da fé.

“O espaço natural para a transmissão da fé é a amizade quando esta gera confiança, nunca a imposição, mas a proposta em ambiente de confiança e amizade” disse o Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Braga pedindo aos cristãos que nunca se afastem do Evangelho.

“É importante deixarmo-nos educar na fé pela palavra de Deus” e  escutá-la “com o ouvido do coração” pois de outra forma “será mais difícil a conversão e a mudança de vida” disse D. Francisco Senra Coelho destacando que “sem verdadeiro dinamismo de conversão desconfiguramos o rosto da igreja e o nosso  testemunho tem de exprimir o testemunho do evangelho”. O que, obriga “a um compromisso pessoal” que tem de ser vivido em comunidade.

“Nós somos o corpo de Cristo, ele atua em nós, somos família, somos a sua igreja, e por isso não podemos privatizar a nossa fé vivendo um cristianismo individualista” disse D. Francisco Senra Coelho afirmando que  “não podemos chamar pai a Deus se não chamarmos mãe à Igreja”.

Centrando atenções nos dias de hoje, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Braga retomou algumas ideias da Exortação Apostólica do Papa Francisco- A Alegria do Evangelho- para convocar todos os fieis “a tocarem as periferias”, a “conhecerem a vida concreta dos outros”, a “tocarem os excluídos” frisando que só assim se segue o caminho de Jesus.

“O desejo de felicidade não se concretiza no isolamento nem numa vida egoísta mas em dar a vida. Eis a vontade de trazer a salvação ao mundo como resultado da vivência da nossa fé” disse o prelado pedindo aos açorianos que nas suas orações “implorem pela liberdade religiosa para os mártires do seculo XXI”; para que “os novos emigrantes que não tiveram lugar à mesa da nossa sociedade, sobretudo os jovens o possam ter” para que os iodosos “tenham um lar em condições” e os “desempregados e todas as formas de violência acabem”.

Na homília desta concelebração Eucarística em que participou também o Bispo de Angra, D. António de Sousa Braga, que “saúdo com veneração e fraterna amizade agradecendo a oportunidade de compartilhar estes momentos de fervorosa fé e eloquente humanidade”, D. Francisco Senra Coelho deixou também uma palavra de memória a Madre Teresa da Anunciada, religiosa clarissa, impulsionadora deste culto e cujo processo de beatificação decorre há já vários anos.

“Neste dia unimo-nos em oração pela beatificação desta obreira do culto cristológico”, uma “mulher forte que soube servir a igreja num gesto que perdura até hoje”.

Na concelebração eucarística participaram os coros Laudate de Lisboa, da paróquia de São Domingos de Benfica; Nossa Senhora dos Anjos da Fajã de Baixo(Ponta Delgada); Rosário e Santa Cruz da Lagoa e ainda o Coro litúrgico do Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres.

As leituras foram feitas pelo Provedor da Irmandade do Senhor Santo Cristo dos Milagres, Carlos Faria e Maia e pela Superiora das Irmãs Religiosas de Maria Imaculada no Convento da Esperança, Irmã Maria Alice.

Nesta concelebração participaram inúmeros sacerdotes de várias paróquias da Diocese de Angra, de Portugal Continental, dos Estados Unidos, Canadá e Bermuda.

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