“Deixemos que a nossa fome do verdadeiro pão seja saciada”, disse o bispo de Angra

D. João Lavrador presidiu à missa da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo em Angra

O bispo de Angra presidiu esta quinta feira à celebração da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo em Angra do Heroísmo, na Igreja de São Pedro, seguida de procissão até à Sé.

Para D. João Lavrador o homem precisa de saciar a sua fome mas para isso não se pode iludir.

“Perante uma sociedade de fartura como aquela em que vivemos, em que o ser humano encontrou solução técnica para todas as dificuldades da sua vida, que tem a ambição de encontrar solução para tudo percebemos também que há outro tipo de fome”, disse D. João Lavrador deixando um desafio.

“Deixemos que esta fome se exprima; não coloquemos entraves nem impedimentos não iludamos a nossa fome e deixemos que o nosso interior vá ao encontro da fonte da vida que é Jesus Cristo que se dá na Eucaristia”, disse o prelado.

“Não iludamos a nossa fome com subterfúgios artificiais” acrescentou.

“Não basta termos boas condições de vida para que ela tenha sentido e nos sintamos saciados” disse frisando que “precisamos, para além do pão material (que é essencial e muitos de nós não o temos), de relação com os outros e com o Outro… uma relação que dê sentido pleno à nossa vida” disse o bispo de Angra durante a homília desta quinta feira de Corpo de Deus.

“É isso que Jesus nos oferece através da mesa da palavra e da mesa da Eucaristia. Esta é a única forma de saciarmos a nossa fome”, precisou.

O bispo de Angra pediu ainda aos açorianos que não deixem desfigurar a sua fé, isto é, “ser cristão, ser católico, pertencer à igreja não é apenas uma questão doutrinal ou ideológica; exige participação e compromisso”.

“Perante este mistério somos convidados a uma atitude de contemplação e compromisso, pois participar na Eucaristia é participar no mistério Daquele que nos ama”, afirmou.

“Somos convidados a participar na Eucaristia e sobretudo a levarmos o pão da vida aos outros que estão afastados. Essa é a nossa missão”, concluiu.

A ouvidoria da ilha Terceira, à semelhança das restantes ouvidorias da diocese insular, fez convergir as celebrações da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo para uma só procissão que se formou em São Pedro de Angra seguindo até à Sé.

A Solenidade Litúrgica do Corpo e Sangue de Cristo, conhecida popularmente como “Corpo de Deus”, começou a ser celebrada há mais de sete séculos e meio, em 1246, na cidade de Liège, na atual Bélgica, tendo sido alargada à Igreja latina pelo Papa Urbano IV através da bula “Transiturus”, em 1264, dotando-a de missa e ofício próprios.

A festa do “Corpo de Deus” invoca o “triunfo do amor de Cristo pelo Santíssimo Sacramento da Eucaristia”.

Esta exultação popular à Eucaristia é manifestada no 60° dia após a Páscoa e forçosamente a uma quinta-feira, fazendo assim a união íntima com a Última Ceia de Quinta-feira Santa.

Em Portugal, este dia santo voltou a ser feriado no ano passado, depois de quatro anos de suspensão por imposição do programa de assistência financeira a Portugal.

 

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