Diocese de Angra assinala 485 anos no próximo domingo

Iniciativa é pontuada por um concerto na Sé

A diocese de Angra assinala este domingo o 485º aniversário da sua criação com um concerto de acção de graças na Catedral, às 15h00, com a Filarmónica de Porto Judeu, dirigida pelo maestro Francisco Rocha e os solistas Alla Lanova e Fábio Silveira, acompanhados no órgão por Rui Pedro Soares. Mais tarde, ás 18h00, o bispo diocesano presidirá à celebração eucarística que também assinalará os 60 anos do Serviço Diocesano da Catequese.

A Diocese de Angra, que entrou este ano em “caminhada sinodal” inspirada no tema “A Beleza de Caminharmos juntos em Cristo”, completa 485 anos de vida e continua a registar senão a maior, pelo menos uma das maiores percentagens de população católica do país.

Dos cerca de 250 mil habitantes nas nove ilhas do arquipélago, mais de 80% dos açorianos ou residentes nos Açores professam a religião católica registando-se aqui, também, uma das mais altas taxas de prática dominical.

Com um total de 165 paróquias e 22 curatos, a Diocese dispõe de uma centena e meia de sacerdotes e seis diáconos permanentes, mobiliza centenas de leigos nos vários movimentos e serviços da Igreja, a começar pela catequese, registando-se cerca de 3 mil catequistas e 23 mil catequisandos, do primeiro ao décimo ano.

A Diocese, criada há 485 anos pelo Papa Paulo III, através da Bula Aequum Reputamus, possui, 59 centros sociais canonicamente eretos, 47 confrarias e 23 misericórdias. A expressão da dimensão da religiosidade popular manifesta-se no número de irmandades do Divino Espírito Santo que as nove ilhas têm- 254.

A Diocese de Angra está organizada em 3 vigararias que abarcam 17 ouvidorias, sete delas correspondem à ilha toda- Faial, Pico, São Jorge, Flores,Corvo, Graciosa e Santa Maria- e só na maior ilha do arquipélago existem 8 ouvidorias- Ponta Delgada, Nordeste, Povoação, Ribeira Grande, Vila Franca do Campo, Fenais da Vera Cruz, Capelas e Lagoa, registando-se duas também na ilha Terceira.

A sede da diocese é em Angra, tendo como catedral a Sé de Angra, dedicada a São Salvador do Mundo e padroeiro o Beato João Batista Machado.

Até à data da sua criação, os Açores integravam a Diocese do Funchal, que um ano antes tinha passado a Arquidiocese, e a de Angra passou a ser sufragânea desta até à sua extinção como Arquidiocese, passando depois a fazer parte da Província eclesiástica de Lisboa, situação que permanece até aos dias de hoje.

A organização religiosa do arquipélago, como as restantes terras do além-mar português então descoberto, começaram por estar sujeitas à jurisdição espiritual da Ordem de Cristo, exercida pelo vigário nullius de Tomar, que mandava visitar as ilhas por representantes, os chamados bispos de anel. Ao ser criado o bispado do Funchal (1514), o arquipélago açoriano passou a integrá-lo.

A pedido de D. João III de Portugal, o papa Clemente VII, ainda, criou o bispado de São Miguel (1533), mas faleceu antes da bula respetiva ter sido expedida.

No ano seguinte, o recém-eleito papa Paulo III pela bula Aequum Reputamus erigiu o bispado de São Salvador do Mundo, dando-lhe por catedral a igreja do mesmo nome na cidade de Angra.

Conta atualmente com a presença de 15 institutos religiosos, três deles masculinos e os restantes femininos.

  1. João Lavrador é o 39º Bispo de Angra desde março de 2016.
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