“É preciso integrar a Ecologia na globalidade do saber” afirma Tomaz Dentinho

Professor da Universidade dos Açores lembra que as questões ambientais nos Açores “são levadas a sério” mas é preciso maior articulação entre ciência e saberes

Esta segunda feira a igreja católica assinala o sexto aniversário da encíclica Laudato Si e o professor açoriano Tomaz Dentinho afirma que tão importante como desenvolver uma consciência verde é articular soluções conjuntas que respeitem os vários interesses em jogo para a preservação da Casa Ciomum, como sugere o Papa Francisco.

“Ainda há conflitos entre o ambiente e a gestão do território e isso pode ser fatal em ilhas pequenas como os Açores” refere o professor da Universidade dos Açores, particularmente atento às questões da preservação do ambiente.

“A falta de respeito pelo ambiente leva a problemas muito grandes. Nos açores as questões ambientais e ecológicas são levadas a sério, embora muitas vezes determinados comportamentos possam impedir uma solução conjunta” refere em declarações ao programa de rádio Igreja Açores.

“Esta encíclica reconhece a importância da casa comum e aponta para uma perspetiva de consciência comum relativamente aos bens que Deus nos dá, mas não podemos olhar para a Ecologia apenas com os olhos da Ecologia” refere.

“Temos de ser capazes de integrar a ecologia na globalidade do saber, sempre no plano integrado com a ajuda de várias ciências. Somos todos necessários” refere ao salientar que a ecologia, a preservação do ambiente, a gestão do território e as necessidades do desenvolvimento exigem “articulação”.

Este domingo o Papa lançou uma campanha para a adopção de comportamentos responsáveis por parte dos cristãos, que possam “ouvir o grito da terra e dos pobres”.

“É um caminho que temos de continuar a percorre junto, ouvindo o grito da terra e dos pobres”, disse, no final da recitação da oração do Regina Caeli, desde a janela do apartamento pontifício.

Após um ano dedicado à sua encíclica social e ecológica, assinada em 2015, Francisco quis agradecer a todos os que aderiram à sua proposta, “com numerosas iniciativas, em todo o mundo”.

Francisco destacou a necessidade de dar continuidade a este dinamismo, apontando à nova iniciativa que vai ser apresentada esta terça-feira, no Vaticano, em conferência de imprensa.

“Vai começar imediatamente a Plataforma ‘Laudato Si’, um percurso de sete anos que vai guiar as famílias, as comunidades paroquiais e diocesanas, as escolas, as universidades, os hospitais, empresas, grupos, movimentos, organizações, institutos religiosos, para assumir um estilo de vida sustentável”, indicou.

A iniciativa é resultado de um esforço liderado pelo Vaticano para capacitar instituições católicas, comunidades e famílias para implementar as orientações da encíclica na próxima década.

O Papa deu os parabéns aos animados ‘Laudato Si’, que hoje recebem um mandato especial para “difundir o Evangelho da Criação e de cuidar da casa comum”.

O mandato é conferido numa celebração litúrgica, que se realiza em Roma e em Assis, com transmissão online.

Missa será presidida pelo cardeal Luis Antonio Tagle, prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos (Santa Sé), com a participação de Christina Leaño, diretora do Movimento Católico Global para o Clima e representantes de animadores de vários países.

O Papa Francisco assinalou o quinto aniversário da sua encíclica ecológica  social, lançando um ano especial a 24 de maio do 2020.

O Vaticano apresentou, durante esta celebração, um “manual” de aplicação da ‘Laudato Si’ com mais de 200 recomendações em defesa do ambiente e da vida humana.

(Com Ecclesia)

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