Encontro Mundial lança um novo itinerário de preparação para o matrimónio e desafia a “aprender a acompanhar todos”

O secretário do Dicastério para os Leigos, Família e Vida disse que a Igreja tem de “fazer o esforço de acompanhar” as realidades familiares como são e sai do Encontro Mundial com um novo itinerário de preparação para o matrimónio.

O padre Alexandre Awi Mello afirmou que a elaboração dos “Itinerários catecumenais para a vida matrimonial”, propostos pelo Dicastério para os Leigos, Família e Vida, foi a principal prioridade dos últimos três anos, e resulta num documento apresentado no dia 15 de junho, no âmbito do X Encontro Mundial das Famílias.

Para o sacerdote, os itinerários agora propostos têm o objetivo do sacramento do matrimónio ser vivido não como “algo social”, mas um “caminho consciente de vivência de um sacramento e sinal da graça de Deus”.

“Que o casamento não seja o momento, mas seja um processo que começa na infância, com a tomada de consciência da vocação matrimonial, passa pela pastoral juvenil, culmine numa preparação consciente para o matrimónio e seja bem acompanhada, especialmente nos primeiros anos”, afirmou

Ao fazer o balanço do X Encontro Mundial das Famílias, o padre Alexandre Mello afirmou o contentamento pela participação de delegações de mais de 120 países e pela “alegria das pessoas que participaram no congresso teológico-pastoral”, que decorreu nos últimos 3 dias.

“Tanta coisa bonita que se faz pelas famílias é algo potente que nos deixa o coração cheio de alegria e com muita esperança de que a nossa Igreja tem prestado um serviço muito valioso para a sociedade a partir do fortalecimento da realidade familiar”, sublinhou.

O secretário do dicastério da Santa Sé que trata o temas familiares lembrou que “é muito fácil falar de família”, o “difícil é viver família”, sendo por isso a opção de apresentar o tema do Congresso “Amor em família: vocação e caminho de santidade” pela “força dos testemunhos”, não como uma uma teoria, mas “algo que se pode viver”, como mostraram as 63 conferências, 59 das quais de leigos casados.

Questionado sobre o acompanhamento a casais do mesmo sexo ou outras situações, o secretário do Dicastério para os Leigos, Família e Vida, disse que “a Igreja deve acolher a todos”.

“Temos de fazer esse esforço de acompanhamento das realidades, tal como são. É algo que precisamos de aprender a acompanhar: que todos sintam que podem ter um lugar e ser acolhidos no seio da Igreja”, afirmou.

Após a Missa na Praça de São Pedro, o encontro termina com a oração do ângelus presidida pelo Papa Francisco, este domingo, e o envio das famílias.

O X Encontro Mundial das Famílias foi realizado de uma forma “multicêntrica e generalizada”, em Roma e nas várias dioceses do mundo, após ter sido adiado devido à pandemia Covid-19.

A delegação de Portugal ao Encontro Mundial das Famílias, no Vaticano, é constituída pelos seis casais do Departamento Nacional da Pastoral Familiar, a irmã Inês Senra, o assistente padre Francisco Ruivo,  o presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família D. Joaquim Mendes, D. Armando Esteves, que integra a mesma comissão, e o secretário da comissão José Francisco Cruz.

(Com Ecclesia- Reportagem em Roma no âmbito do X Encontro Mundial das Famílias resulta de uma parceria entre a Agência Ecclesia, a Família Cristã, o Diário do Minho e a Associação de Imprensa de Inspiração Cristã)

 

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