Episcopado de D. João Lavrador marcado pela temática social e o apoio aos mais frágeis

D. João Lavrador assumiu o comando da diocese há um ano

O episcopado de D. João Lavrador, que completa hoje um ano como bispo titular da diocese de Angra, tem sido marcado pela opção pelos mais pobres, dando cumprimento a um programa de ação sócio caritativa da igreja que ganhou, este ano pastoral, um novo fôlego ditado pelas orientações diocesanas.

D.João Lavrador sucedeu há um ano a D. António de Sousa Braga como bispo da Diocese de Angra, após o Papa ter aceitado a renúncia deste último por ter chegado ao limite da idade, 75 anos.

D.João Lavrador, que a 29 de setembro de 2015 tinha sido nomeado por Francisco como coadjutor da diocese açoriana, com direito à sucessão, tornou-se assim o 39º bispo de Angra.

Desde que chegou á região tem procurado estabelecer pontes e elegeu as questões sociais como a sua grande bandeira. De resto as primeiras orientações diocesanas de pastoral  foram desenhadas por si com um grande enfoque nas questões da pobreza, especialmente da pobreza infantil, para a qual criou um fundo diocesano. Deste primeiro ano de episcopado, à frente dos destinos da diocese insular, o bispo de Angra propôs uma nova organização administrativa da diocese, sufragada pelos dois conselhos consultivos e tem a intenção de criar no próximo ano pastoral uma vigararia para a formação. Ele próprio orientou os dois turnos de retiros para sacerdotes e as duas recoleções do Advento e da Quaresma, até como forma de garantir uma maior proximidade ao clero. De entre as suas propostas destaque, ainda, para o reforço do papel dos leigos em ordem a desenvolver um modelo de igreja ministerial.

D.João Evangelista Lavrador, de 60 anos é natural de Mira, Distrito de Coimbra e tomou posse como coadjutor da Diocese de Angra no dia 29 de novembro, diante do Colégio de Consultores, numa cerimónia em que participou o Núncio Apostólico da Santa Sé, em Lisboa, D. Rino Passigato.

A sua entrada como bispo residencial da diocese açoriana foi automática, de acordo com o cânone 409 do Código de Direito Canónico: “Vagando a sé episcopal, o bispo coadjutor torna-se imediatamente bispo da diocese para a qual fora constituído, contanto que já tenha tomado posse legitimamente”.

Na Bula de nomeação, o Papa Francisco sublinhou as “devidas qualidades” e “idoneidade” de D. João Lavrador para assumir o ministério de coadjutor de Angra “com todos os direitos, faculdades e obrigações pertinentes”.

D.João Lavrador iniciou a sua missão nos Açores com o desejo de encurtar distâncias, tanto entre ilhas como com o continente, para valorizar o contributo do arquipélago no plano nacional.

“Não temos a consciência verdadeira de que a Igreja em Portugal é um todo e os Açores – e permitam-me que fale também na Madeira, porque é outra realidade de entrada – são de pleno direito e com a mesma dignidade Igreja em Portugal”, disse, em entrevista conjunta ao ‘Igreja Açores’ e à Agência Ecclesia.

Desde que entrou na diocese de Angra já percorreu todas as ilhas do arquipélago e participou em três reuniões do Colégio de Consultores, dois conselhos presbiterais e dois conselhos pastorais diocesanos. Também já reuniu o Cabido Catedralício por duas vezes. Também já viajou até à diáspora e este ano, no último fim de semana de agosto presidirá às Grandes Festas do Divino Espírito Santo da Nova Inglaterra, onde reside uma importante comunidade açoriana.

Doutorado em teologia, o agora bispo coadjutor de Angra defendeu tese de licenciatura sobre «O Laicado no Magistério dos Bispos Portugueses, a partir do Vaticano II» e de doutoramento sobre «Pensamento Teológico de D. Miguel da Annunciação –Bispo de Coimbra (1741 – 1779) e renovador da Diocese».

Enquanto sacerdote da Diocese de Coimbra, D. João Lavrador foi capelão do Carmelo de Santa Teresa de Coimbra, tendo acompanhado a Irmã Lúcia durante os últimos anos da sua vida.

A Diocese de Angra foi fundada a 3 de novembro de 1534 pela Bula Equum Reputamus, assinada pelo Papa Paulo III.

Com uma população de 250 mil pessoas, 85,9% dizem-se católicos.

A Diocese de Angra tem 166 paróquias ou equiparadas, agrupadas em 16 ouvidorias, 161 sacerdotes diocesanos e seis diáconos permanentes e 15 institutos religiosos, sendo o território que apresenta a maior percentagem de prática dominical.

Em média celebram-se 500 casamentos católicos por ano e perto de 2400 batismos, numa diocese onde existem dois colégios católicos, 23 Misericórdias e 253 Impérios do Espírito Santo e o Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres.

 

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