Família tem uma força evangelizadora “única e singular”

O Departamento Nacional da Pastoral Familiar (DNPF) redigiu uma mensagem para o Dia da Sagrada Família (27 dezembro) e realça que esta “é escola de virtudes, vivendo a fidelidade a Deus no seu quotidiano mostram a bondade de coração e a esperança sempre nova”.

Na mensagem  este setor da pastoral refere que “as virtudes da Sagrada Família fazem-nos olhar com confiança e expectativa de que a comunidade humana e cristã se constrói no amor generoso, humilde e simples”.

Nas lutas e inquietações, nas dificuldades e desalentos, a Sagrada Família surge como “uma oportunidade de graça e de confiança, para percebermos a vida como um missão e crescermos em coesão familiar”, lê-se na nota intitulada «Semente de esperança!…».

A Sagrada Família interpela as famílias de hoje a uma “vida de paz, de serviço, de acolhimento, de entrega, de escuta dos necessitados, de se questionarem perante os desafios diários, de não fugirem às dúvidas que invadem os seus lares”, frisa o documento.

“Cada membro da família é um tesouro para os outros, é algo de maravilhoso, é uma riqueza sem medidas, porque todos se amam e fazem da sua vida um dom, ao jeito de Jesus Maria e José”, acentua o DNPF.

Está nas mãos das famílias “uma extraordinária missão!”, o de “cultivar a paciência e infundir esperança, tendo a peito não semear pânico, mas corresponsabilidade!”

Todas as famílias “experimentam, com certeza, que não são perfeitas, mas podem aperfeiçoarem-se cada vez mais no amor transformador, o mesmo é dizer, desejarem a santidade”, refere, ainda.

Também o bispo de Angra dirigiu uma mensagem a todas as famílias insulares de forma a que possam cumprir a sua vocação evangelizadora.

“A família cristã, verdadeira Igreja Doméstica, tem em si mesma uma força evangelizadora única e singular. Pela formação cristã, pela oração, pela celebração dos sacramentos e pelo testemunho de partilha abre-se ao mundo para projectar luz”, afirma D. João Lavrador.

Por isso, pede que “não haja nenhuma paróquia e Ouvidoria que não se empenhe na organização da pastoral familiar em articulação com o serviço diocesano da pastoral familiar” para “ que todas as famílias se integrem e participem ativamente na comunidade cristã, pela participação na Eucaristia dominical, pela catequese paroquial, pela oração comunitária, pela dinamização dos diversos grupos e movimentos paroquiais e pela atenção aos mais excluídos”.

“Nunca é demais, no contexto desta festa da Sagrada Família de Nazaré, despertarmos as paróquias e as Ouvidorias para uma adequada e urgente pastoral familiar” afirma o bispo de Angra ao sublinhar que “a ela compete fazer resplandecer o brilho do amor e da beleza do matrimónio e da família, articular a família com as diversas funções da vida pastoral nas paróquias, estabelecer e dinamizar os movimentos de pastoral familiar, estabelecer formas de acolhimento às situações de fragilidade familiar”.

Além deste desafio, o prelado lança mais dois apelos às famílias açorianas. O primeiro prende-se com a necessidade das famílias se inspirarem no modelo de Nazaré, que “seguiu o amor de Deus”, aceitando o Seu projecto. O segundo é a aprendizagem do perdão.

“Fundamentai o vosso ser família no amor de Deus e renovai-o constantemente pela acção do Espirito Santo” afirma o prelado insular alertando para o tempo exigente que as famílias vivem atualmente.

“Nos tempos em que vivemos, importa reconhecer que o sacramento do matrimónio que introduz na vida de uma nova família não pode ser estático, muito pelo contrário, tem de ser encarado como dinamismo permanente. Eis como se pode saborear a Boa Nova que está presente na beleza e no encanto da família”, afirma destacando os obstáculos que se colocam ao modelo cristão de família “provocados pela desorientação da cultura e da sociedade actual, ou ainda pela manipulação que determinadas ideologias exercem sobre ela”.

A este propósito, recordando o discurso do Papa Francisco no Encontro Mundial das Famílias em Filadélfia, nos Estados Unidos, D. João Lavrador recorda que só o amor de Cristo “torna possível o matrimónio e um amor conjugal caraterizado por fidelidade, indissolubilidade, unidade e abertura à vida”. Mas, para isso, refere é necessário saber dar valor ao perdão.

“Tal como em qualquer comunidade celebrar o amor exige de igual modo celebrar o perdão. Perante os conflitos que surgem no seio do matrimónio e da família exige-se uma atenção redobrada ao amor que se traduz também no perdão mútuo” afirma o prelado na mensagem.

O bispo de Angra apresenta a família como o pilar do sociedade e convida todas as famílias da diocese a sintonizarem-se com a vontade do Papa que acaba de estabelecer um ano dedicado à família, no quinto aniversário da Exortação Apostólica «Amoris Laetitia», que decorrerá de 19 de Março de 2021 até 26 de Junho de 2022, ocasião do X Encontro de Famílias em Roma.

A mensagem termina com uma prece, invocando a protecção da Sagrada Família  sobre todas as famílias da diocese “sobretudo as que sentem mais débeis e frágeis”.

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