Federação Portuguesa pela Vida contesta declarações de diretor-geral da Saúde

Francisco George considerou despenalização como «um grande sucesso»

A Federação Portuguesa pela Vida (FPV) contestou as declarações do diretor-geral da Saúde sobre a despenalização do aborto em Portugal, manifestando “profunda estupefação”.

Francisco George colocou a interrupção voluntária da gravidez entre os casos de “grande sucesso” na saúde pública e falou numa “descida acentuada” do número de abortos.

A FPV considera que o diretor-geral da Saúde “continua a esconder a realidade dramática do aborto em Portugal, onde 1 em cada 5 gravidezes terminam em aborto”.

Destes abortos, acrescenta uma nota enviada às redações um terço são “repetição”.

“[Francisco George] joga na falácia de que a opção para a criança concebida é entre o aborto legal ou ilegal. Ora, caso tivesse investido no apoio à grávida, seguramente muitas vidas teriam nascido em Portugal”, assinala a FPV.

Francisco George apresentou Portugal como o país europeu com menos abortos por cada mil nascimentos vivos.

A nota da FPV evoca, por sua vez, 169 mil crianças “eliminadas” entre 2007 e fevereiro de 2017, além de “tantas mulheres dramaticamente abandonadas e pressionadas para o aborto”.

Os números mais recentes, e conhecidos até outubro de 2016, na região Autónoma dos Açores sobre os abortos praticados por açorianas no hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada ( o único da região onde atualmente se pratica a IVG) não são muito expressivos quando comparados com o todo nacional, ainda assim as cerca 500 mulheres que puseram fim à gravidez, entre 2011 e 2015, 60 são reincidentes.

Desde que a lei foi promulgada, as mulheres que querem abortar fazem-no num hospital publico de referência e proximidade. No inicio em 2008, na Região Autónoma dos Açores, apenas o Hospital da Horta fazia abortos. As restantes pacientes eram deslocadas com frequência até ao Serviço Nacional de Saúde, para hospitais do Continente. No arquipélago todos os médicos com habilitação para esta área da saúde invocaram objeção de consciência, inviabilizando a prática da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) nos hospitais do Divino Espírito Santo e Santo Espírito, nas ilhas de São Miguel e da Terceira, respetivamente.

Atualmente a IVG, a pedido da mulher até às dez semanas, faz-se apenas em Ponta Delgada e as grávidas de outras ilhas são encaminhadas para outras unidades de saúde, quase sempre fora da região.

Em Portugal continental, só em 2015 foram realizadas 15873 IVG´s.

(Com Ecclesia)

 

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